Dia Internacional das Mulheres: relembre a evolução do futebol feminino no Brasil em 23 passos

Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Lance! preparou uma sequência de imagens e informações para mostrar a evolução do futebol feminino no Brasil. Relembre o início, as dificuldades, a proibição, a regulamentação, torneios e curiosidades. Confira.

Primeiras referências - Os primeiros registros de jornais que citavam o futebol feminino surgiram nos anos 20, mas de forma muito rasa e com pouca informação sobre a modalidade.

Primeira aparição - No entanto, a primeira aparição aconteceu nos anos 40, com jogos no Pacaembu, mas ainda de forma "preconceituosa", já que a modalidade era considerada masculina.

Proibição - Foi a partir daí, em 1941, que começaram algumas mudanças que impediram as mulheres de continuar evoluindo no esporte. Em 14 de abril daquele ano, o presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto-Lei 3.199, que estabeleceu as bases de organização do esporte em todo o Brasil e limitou o direito das mulheres à prática de certas modalidades esportivas.

5- Apesar da ditadura, assim como em 1941, circulavam notícias de mulheres jogando futebol de forma clandestina. Vale lembrar que, no mesmo período, o futebol masculino só crescia. O decreto teve consequências diversas como atrasar o desenvolvimento do futebol feminino. Também ressaltou a disparidade de salários, cobertura e premiações e deixou ainda mais claro o preconceito já embutido na sociedade.

O decreto teve consequências diversas como atrasar o desenvolvimento do futebol feminino. Também ressaltou a disparidade de salários, cobertura e premiações e deixou ainda mais claro o preconceito já embutido na sociedade.

Fim da proibição em 1979 - Mesmo com o fim da proibição a situação continuava complicada. A Seleção Brasileira foi organizada apenas em 1988, composta principalmente por atletas do Radar, do Rio de Janeiro, além do Clube Atlético Juventus, de São Paulo.

A primeira competição feminina organizada pela FIFA foi o Torneio Internacional de Futebol Feminino em Guangdong, na China, em 1988, preliminar ao primeiro Mundial oficial que aconteceria em 1991. O Brasil ficou em terceiro.

A regulamentação, no entanto, aconteceu apenas em 1983, pois existem episódios em 1982 de partidas femininas que não puderam acontecer. A partir da regulamentação, foi permitido que se pudesse criar calendários para competir, utilizar estádios e ensinar a modalidade nas escolas. Na época, clubes como o Radar e Saad surgem como pioneiros no profissionalismo.

Torneio experimental - O primeiro aconteceu em junho de 1988, na China, e foi organizado pela Fifa, cujo nome foi "Women's Invitational Tournament". As mulheres disputaram o Mundial com sobras das roupas masculinas, já que não tinham uniformes específicos. Para a disputa deste Mundial, a seleção tinha como bases os times do Radar, do Rio de Janeiro, e do Juventus, de São Paulo, que tinha o time mais forte feminino do país. Neste torneio, que foi o primeiro oficial da Fifa, 12 seleções participaram. O Brasil ficou com a medalha de bronze. Após empate sem gols contra as chinesas, as brasileiras venceram nos pênaltis por 4 a 3. O título ficou com a Noruega.

Primeira Copa do Mundo - A Fifa lançou a primeira Copa Feminina em 1991. A CBF já havia assumido o time, mas ainda estava longe de ser profissional como o masculino. Com menos de um ano de preparação, e com a base que disputou o torneio experimental, as brasileiras foram eliminadas na primeira fase.

Primeira Olimpíada - Foi em 1996, em Atlanta, que a seleção brasisleira feminina estreou. O time já contava com com veteranas como Pretinha, Suzy, Roseli e Meg, e conquistaram a quarta posição. Na disputa pelo bronze, o Brasil perdeu para a Noruega por 2 a 0.

Primeira medalha - Em 1999 as brasileiras se superaram e conquistaram a primeira medalha num torneio Fifa. Nos Estados Unidos, o Brasil perdeu para as donas da casa na semifinal, mas venceu a Noruega, nos pênaltis, e conquistou o bronze.

Rainha Marta e Ouro em Santo Domingo - Em 2003, a jogadora que mais tarde se tornaria a maior de todos os tempos disputou sua primeira Copa. Cristiane também disputou seu primeiro Mundial neste ano. O Brasil acabou eliminado pela Suécia nas quartas de final. No mesmo ano, no entanto, o Brasil foi ouro no Pan de Santo Domingo.

Primeira medalha olímpica - Em 2004, na Grécia, o Brasil tinha um elenco de respeito, com Marta, Cristiane, Formiga e Pretinha entre as principais estrelas. O cenário brasileiro começava a mudar...

2006: Prazer, Marta! - Foi neste ano em que a Rainha conquistou seu primeiro troféu como melhor do mundo. A brasileira se tornaria a recordista de Bolas de Ouro, já que também conquistou o título em 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018 (foto).

Evolução da Seleção Feminina - Em 2007, no Pan do Rio, o Brasil conquistou a medalha de ouro com uma goleada por 5 a 0 sobre os Estados Unidos. Em setembro, na Copa do Mundo da China, o Brasil perdeu a decisão para a Alemanha e ficou em segundo lugar. No ano seguinte, mais uma prata, na Olimpíada de Pequim.

Primeira Libertadores: 2009 - O título da competição ficou com o Santos, que tinha no elenco Marta e Cristiane, esta, artilheira com 15 gols.

Seleção permanente - Em 2014, Vadão comandava a equipe com o objetivo da disputa da Copa do Mundo de 2015 e Jogos Olímpicos de 2016, a CBF criou a seleção permanente com o intuito de fortalecer a modalidade.

Mais um Pan - Em 2015, na Copa do Mundo do Canadá, a Seleção caiu nas oitavas. Logo depois, no entanto, venceu os Jogos Pan-Americanos também no Canadá. No ano seguinte, nos Jogos Olímpicos em casa, o Brasil ficou fora do pódio. Ainda em 2016, Vadão deixou o comando da equipe e Emily assumiu, tornando-se a primeira mulher no comando da equipe principal.

Primeira transmissão em 2019 - Pela primeira vez na história da competição, que começou em 1991, a TV Globo transmitiu ao vivo todos os jogos da seleção feminina em uma Copa do Mundo.

Na Copa de 2019, na França, a Seleção Brasileira acabou eliminada pelas anfitriãs, que fizeram 2 a 1, nas oitavas de final. Em 2020, nos Jogos Olímpicos do Japão, as meninas caíram nas quartas de final, contra Canadá, nos pênaltis.

O Brasil venceu a Copa América de 2022 e chegou ao seu oitavo troféu na competição.

Com 41.070 torcedores, para uma renda bruta R$ 900.981,00, a vitória do Corinthians por 4 a 1 sobre o Internacional, na Neo Química Arena, registrou o maior público em uma partida de mulheres entre clubes no Brasil.