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Depoimento: criança fica em choque com agressão de palmeirenses em trem de SP

Torcedores com camisetas de torcidas organizadas agrediram um corinthiano dentro do vagão após derrota na Libertadores

30 nov 2025 - 14h03
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Resumo
Criança de seis anos ficou em choque após presenciar agressão de torcedores palmeirenses a um corinthiano em um trem em São Paulo, revelando a face violenta do fanatismo no futebol.
Torcedores do Palmeiras na estação Barra Funda, em São Paulo, em 29 de novembro, quando o time perdeu a Libertadores para o Flamengo.
Torcedores do Palmeiras na estação Barra Funda, em São Paulo, em 29 de novembro, quando o time perdeu a Libertadores para o Flamengo.
Foto: Reprodução Instagram

Ontem, dia 29 de novembro, ficou marcado na memória de uma criança de seis anos algumas cenas do pior que o futebol pode oferecer. Voltando da Barra Funda de metrô, quando retornava junto da minha mãe e minha sobrinha, encontramos torcedores do Palmeiras que assistiam o jogo próximo ao Allianz Parque, em São Paulo. Junto delas e da minha tia, trocamos o metrô pela CPTM, no Brás, para não compartilhar o espaço com torcedores exaltados, mas não adiantou.

Entre o Tatuapé e Ermelino Matarazzo, na zona Leste, ficamos reféns de um grupo de torcedores com camisas de torcidas organizadas palmeirenses que estavam querendo brigar com um suposto corintiano que, segundo os palmeirenses, estava tirando sarro deles pela derrota para o Flamengo na final da Libertadores. Devido a isso, minha família, outros trabalhadores e trabalhadoras tiveram que pagar o preço de viver cenas de horror e violência.

Minha pequena irmã – de 6 anos, repito – chorava aos berros, mas os torcedores não queriam saber, o que importava era espancar o rival. Na confusão, minha tia foi agredida por tentar apartar a briga, preocupada com a presença de idosos e crianças.

Um detalhe importante é que em um dia de jogo, de final, na qual os metrôs e trens se tornam inseguros, não se via segurança adicional para conter esses acontecimentos já esperados. Quando os guardas entraram no vagão, depois de toda confusão, os torcedores continuavam a cantar, a criança continuava em choque, chorando, minha tia passando mal, e um dos guardas me disse que isso é “normal” e “nada se pode fazer”.

Que paixão nacional é essa? Um amor incondicional, feroz e devastador? Supostamente democrático, o futebol aceita a todos: preto, branco, rico, pobre, de esquerda, de direita. Isso é verdade? No vagão do trem, não foi. O torcedor é a representação máxima dessa paixão, desse amor, desse fervor e, pelo seu time, canta e vibra, enlouquece, mata e morre.

Matar e morrer tem sido cada vez mais literal. As torcidas organizadas, reflexo da sociedade, comportam em suas fileiras homens e mulheres de diversas profissões, escolaridade, classe social, pensamento político, religiões. Torcer para uma bandeira e nela colocar toda sua alegria, sua paixão, seus melhores sentimentos, não tem problema, se não houvesse também os piores sentimentos, que vêm à tona quando as derrotas acontecem.

Se o time perde, para muitos torcedores a tristeza se mistura com a raiva, com frustrações pessoais e sociais, e qualquer um que não vista as cores do time, se torna alvo: o torcedor do outro time, o atendente do metrô, da lanchonete, passageiros do trem que estejam incomodados com o barulho.

Uma pesquisa realizada na Inglaterra mostrou que a violência doméstica cresce em dias de jogos da seleção inglesa, principalmente quando perde, com aumento de 38%, mas também é problema nos dias em que a seleção ganha ou empata.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi procurada pela reportagem e informou estar apurando o fato; eventuais atualizações da empresa serão incluídas neste texto.

Fonte: Visão do Corre
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