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Cruzeiro cai para 5º no Estadual e treinador pede ajuda da torcida

Clube foi rebaixado no Brasileiro do ano passado, viu seus melhores jogadores saírem e tenta se reerguer com garotos

21 fev 2020 - 11h43
(atualizado às 14h13)
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"A gente pede desculpas ao torcedor, que ele entenda, que ele ajude, que é um momento importante que a gente precisa". As palavras do técnico Adilson Batista após a derrota do Cruzeiro por 2 a 0 para a Tombense, em jogo válido pelo Campeonato Mineiro, mostram o tom desolador que se abate no clube mineiro neste começo de temporada.

Os problemas financeiros e jurídicos, escancarados durante a queda do clube para a segunda divisão no ano passado, refletem diretamente no desempenho da equipe dentro de campo. Apesar de ter perdido apenas uma vez após seis jogos no Estadual, o time ocupa a modesta quinta posição na tabela, fora, portanto, da zona de classificação para as semifinais. Pela Copa do Brasil, a vaga para a segunda fase veio após um suado empate com o São Raimundo, de Roraima.

Para quem não acompanha o Cruzeiro mais de perto, ou até mesmo os mais fanáticos, há muita dificuldade para reconhecer o grupo de jogadores de Adilson Batista. Tirando nomes como Fábio, Edílson e Léo, remanescentes das grandes conquistas recentes, o restante do elenco é formado por jovens atletas desconhecidos.

"Tenho de valorizar o que eles estão fazendo, estou vendo uma dedicação, estou vendo posse de bola, construção, triangulação, faltam umas coisas que o tempo vai dar. O tempo que vai dar isso. Uma tomada de decisão de um atleta de 20 anos é diferente do que de um jogador mais experiente", reforçou Adilson. O técnico assumiu o posto nas últimas três rodadas do Brasileirão 2019 e faz parte do projeto de reconstrução do clube.

Do elenco que terminou a temporada passada, 21 jogadores saíram, com destaque para atletas experientes como Henrique, Orejuela, Sassá, Thiago Neves, Rodriguinho e Fred.

Dívida a curto e a longo prazo

Em nota divulgada em seu site oficial, o Cruzeiro reconheceu que sua dívida de R$ 800 milhões cresce a cada dia. "As dívidas, que inicialmente estavam orçadas em R$ 700 milhões, hoje já ultrapassaram os R$ 800 milhões, e ainda não é um número preciso, porque a cada hora vão aparecendo mais coisas", informa o documento assinado pelo conselho gestor do clube.

Dentre as ações para equilibrar as contas, o Cruzeiro demitiu vários funcionários (estimando economia de R$ 25 milhões/ano), cortou sua frota de carros e estava estudando como utilizar melhor seus imóveis para cortar mais custos. Tudo para se adequar à nova realidade orçamentária, que antes tinha arrecadação na casa dos R$ 350 milhões e passou para R$ 25 milhões nesta temporada.

No dia 31 de janeiro, os dirigentes voltaram a atualizar os torcedores sobre a situação financeira enfrentada pelo clube e tratou de acalmar os ânimos após Saulo Fróes, presidente do Núcleo Dirigente Transitório, em entrevista durante o Troféu Guará, dizer que o Cruzeiro poderia cair para a Série C se não honrasse seus compromissos. "Caso o clube não cumpra com suas obrigações, é passível sim de penalidades, como por exemplo a perda de 6 pontos na Série B por processo. No entanto, em caso de condenação, o Cruzeiro terá um prazo estipulado pela Fifa para quitar o débito em questão antes que a punição seja aplicada", explica a nota divulgada.

Um fio de esperança

Na última quarta-feira, os torcedores cruzeirenses tiveram um alívio em relação às más notícias e foram recepcionar o atacante Marcelo Moreno no aeroporto da Pampulha. O boliviano deixou para trás muito dinheiro no futebol chinês, onde defendia o Shijiazhuang Ever Bright, para retornar ao clube de Minas, onde jogou em duas oportunidades, entre 2007 e 2008 e em 2014. Ao todo, Marcelo Moreno soma 93 jogos e 45 gols. "Muitos chamam de loucura, mas eu chamo de amor. O lugar onde o coração bate mais forte é o que pode ser chamado de casa", disse o atacante em sua apreentação.

Estadão
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