Com base no Pará, basquete paralímpico lamenta preconceito
- Danilo Vital
- Direto de Londres
Nove das doze jogadoras convocadas para defender a Seleção Brasileira de basquete em cadeira de rodas são naturais do estado do Pará. Belém tem o time mais forte do Brasil na modalidade, o All Star Rodas, de onde vem inclusive o técnico Wilson Caju. No entanto, ele lamenta a falta de concepção dos atletas brasileiros em relação à condição de cadeirante e o preconceito.
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"É difícil. Já não temos deficientes altos. Quando você encontra uma menina que tem só problema de joelho e convida para sentar na cadeira, ela não quer porque, na concepção do nosso país, aleijado é quem anda de cadeira de rodas", reclamou, na Arena de Basquete do Parque Olímpico de Londres, depois da derrota para a Grã-Bretanha neste sábado.
"Precisamos de meninas novas. Quando você fala de meninas, essas grandonas que você vê normalmente são lesionadas do basquete de andante. É que aqui (na Europa) elas não têm aquela cultura que a gente tem. Elas vão jogar basquete. Se você convidar no Brasil, elas não vêm. Existe um preconceito", explicou o comandante, que fez elogios às suas jogadoras.
Wilson Caju assumiu a culpa pela derrota para a Grã-Bretanha - o Brasil chegou a dominar a partida, mas levou a virada no último quarto - e ressaltou que a experiência internacional das jogadoras é limitada. "A última vez que fizeram uma partida foi no Parapan-Americano de Guadalajara", apontou. A competição foi realizada em novembro de 2011.
"Para você ver, a maioria das minhas jogadoras pertence a uma equipe que é 11 vezes campeã brasileira. O jogo apertado é 90 a 10; Aí o que esperar a nível de competição?", complementou o treinador.