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Fluminense é campeão da Libertadores com técnico profeta e herói irresponsável

Com enredo dramático, tricolor domina, sofre empate e suporta pressão do Boca Juniors. Rebeldia de John Kennedy garante título inédito!

4 nov 2023 - 19h55
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Fernando Diniz (ao centro), técnico do Fluminense, comemora junto com jogadores título da Libertadores 2023.
Fernando Diniz (ao centro), técnico do Fluminense, comemora junto com jogadores título da Libertadores 2023.
Foto: Ricardo Moraes/Reuters

A final da Libertadores 2023 parecia um jogo de xadrez, as ações adversárias ditavam os movimentos dos times. O domínio do jogo e a posse de bola estava com o Fluminense, que investiu nos toques curtos até conseguir o que queria: espaço. O Boca Juniors parecia entender a estratégia, teve chute perigoso de fora da área de Merentiel, Cavani sem assustar Fábio e na marcação um contra um foi constantemente agressivo, até que a mágica do Dinizismo começou a acontecer.

Aos 26 minutos, o ataque tricolor avançou pela direita e fez a equipe xeneize se deslocar pela primeira vez. Deu tão certo que, enquanto o Boca respondia com a cabeçada de Valentini (não marcada pela arbitragem), o ataque do Fluminense repetia o lado e a movimentação para ser fatal. E tinha que ser ele. Artilheiro do Flu na Libertadores, Germán Cano iria ficar sozinho para fazer o 13º gol dele na competição, o 9º de pé direito, o gol de número 81 no tricolor carioca e o mais importante entre o jogador de 35 anos e o clube. Quando a tabela simples entre Keno e Arias funcionou, o lateral argentino Advíncula se afastou de Cano que deu dois passos para trás e com apenas um toque marcou, 1 a 0. Fluminense tinha a vantagem e o Boca, os cartões amarelos.

O segundo tempo foi marcado pela pressão argentina com a ideia de empurrar o tricolor carioca; não deu certo assim. Obrigando o Boca a fazer o jogo incialmente pensado por Diniz, o que tirou Cavani do sério - e posteriormente da partida, perdeu a oportunidade de ampliar com Marcelo. Recuado, o Fluminense também pecou deixando o corredor direito aberto e dessa vez Advíncula se redimiu. Ao receber de Medina, tirou para o meio e de perna esquerda empatou. Os mais experientes foram substituídos dos dois lados e o Diniz trocou praticamente toda a defesa do Fluminense, além de acreditar em John Kennedy para fazer o gol do título. Foi Diogo Barbosa que perdeu a chance de garantir a taça no tempo regulamentar após receber o passe perfeito do Lima.

Diniz profetizou. Na prorrogação, o Boca Juniors cresceu e ficou com a bola e mesmo assim não parou a linda jogada de Diogo Barbosa para Keno dar a segunda assitência para o predestinado John Kennedy. A euforia do jovem de 21 anos o levou para abraçar a torcida e depois de ser resgatado pelos seguranças, foi expulso. Sorte que a paciência dos argentinos é pouco e Fabra ignorou a experiência que tem ao agredir Nino. Agora os dois times tinham 10 em campo e mais 15 minutos para fazer história.

Num enredo de cinema, Fábio foi frio e parou o insistente adversário. A primeira Libertadores chegou para o Fluminense que dominou, sofreu e suportou por um objetivo; conquistar um título inédito! A primeira vez na estante, a primeira vez de um estilo de jogo posicional, autoral de Fernando Diniz. Uma equipe diferente que já seria estudada pelo que propôs: inovar, acreditar e insistir. Agora, ao conhecer o novo campeão da Libertadores conhecemos, também, uma nova escola.

Fonte: Fernanda Arantes Fernanda Arantes é apresentadora, narradora e repórter esportiva. Com passagens pelas afiliadas da Rede Globo e pelo SBT, atualmente ela se destaca nas transmissões pela internet. As visões da colunista não representam a visão do Terra.
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