Gilmar Rinaldi: defensor de Adriano e dirigente uma só vez
Agente de atletas até quarta, Rinaldi ganhou destaque pela turbulenta relação com o ex-centroavante da Seleção Brasileira e teve experiência como dirigente uma vez no Flamengo
Anunciado na quinta-feira como o novo coordenador de Seleções da CBF, o ex-goleiro e até quarta-feira empresário Gilmar Rinaldi tem mais de dez anos de experiência de atuação nos bastidores do futebol. Já desvinculado da empresa de gestão de carreiras de atletas profissionais, ele terá a responsabilidade de comandar o Brasil na trajetória até a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Aposentado da carreira de atleta desde 1999, quando encerrou sua passagem pelo Cerezo Osaka, Gilmar continuou atuando no meio ao assumir o posto de superintendente de futebol do Flamengo, clube que defendeu de 1991 até 1994 como arqueiro.
O ex-jogador ficou neste cargo até 2000, quando decidiu virar agente de jogadores profissionais. Tirou a licença requisitada pela Fifa para exercer a profissão e passou a se preparar para o futuro como empresário entrando em contato com pessoas do ramo dentro e fora do Brasil, aprendendo inclusive com Alex Ferguson e Arsene Wenger, então técnicos de Manchester United e Arsenal, respectivamente.
Dentre seus primeiros clientes, alguns nomes ilustres se destacam, todos eles pertencentes ao elenco do Flamengo nos seus tempos de dirigente. O zagueiro Juan e um jovem e promissor Adriano passaram a ser agenciados por Gilmar, que também cuidou da carreira de atletas como Vagner Love, Fábio Simplício, Danilo (do Corinthians) e o ex-centroavante Washington.
Do período como gestor de carreiras de jogadores profissionais, a parceria que ganhou mais destaque foi a feita com Adriano, que teve uma ascensão espetacular no futebol italiano até a metade da última década e, desde então, ficou marcado por polêmicas, um período de altos e baixos até finalmente desaparecer depois de uma passagem pelo Corinthians, na qual mal foi aproveitado.
A chegada ao clube paulista foi o estopim da relação de Gilmar Rinaldi com o ex-centroavante da Seleção Brasileira, o qual ele defendeu com veemência apesar de uma série de controvérsias extracampo. Citando Ronaldo e sua empresa de marketing esportivo como más influências, o empresário lamentou a contratação motivada por motivos publicitários de um atleta que já vivia com problemas sérios do lado de fora das quatro linhas.
Como jogador, Gilmar teve uma carreira vencedora iniciada no Internacional, onde foi tetracampeão estadual consecutivo entre 1981 e 1984. De lá foi para o São Paulo, onde ficou por cinco anos e levantou as taças de três Campeonatos Paulistas e do Brasileiro de 1986. Em 1991, chegou ao Flamengo e conquistou mais um estadual e outro Brasileiro.
Seu auge na vida de atleta foi o título da Copa do Mundo de 1994, para a qual foi convocado como terceiro goleiro da Seleção Brasileira, atrás de Taffarel e Zetti. Aos 32 anos, ele foi uma figura importante dentro do vestiário na campanha que encerrou um jejum de 24 anos sem títulos mundiais do Brasil.