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Massa reforça preparação para encarar 'volante pesado' na Fórmula E

Piloto brasileiro, ex-Fórmula-1, se prepara para correr na nova modalidade de carros elétricos e circuitos de rua

14 out 2018 - 05h11
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Felipe Massa vai dar a largada em um novo desafio em sua carreira a partir de terça-feira. No Circuito Ricardo Tormo, em Valência, o brasileiro vai participar pela primeira vez dos testes coletivos da Fórmula E, cuja quinta temporada terá início em dezembro. Será a primeira vez que o ex-piloto de Fórmula 1 poderá avaliar seu desempenho em comparação aos rivais em sua nova categoria. Mas, para tanto, terá que superar alguns obstáculos.

O primeiro deles será o "volante pesado" da competição de carros elétricos organizada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). "Um carro da Fórmula E, fisicamente, é muito mais tranquilo de pilotar do que um F-1. Só que você não tem noção de como é pesado o volante", revela o piloto em entrevista ao Estado. "A direção é pesada, o volante é maior. Precisa fazer bastante exercício físico para o braço. São duas categorias bem diferentes", ressalta.

Em compensação, o esforço físico para o restante do corpo será menor, diz o piloto. Afinal, os carros da F-E são mais lentos. Tem velocidade máxima de 280 km/h porque só correm em circuitos de rua, mais estreitos, e com maior risco de acidentes. Um carro de Fórmula 1 pode superar 350 km/h atualmente.

Massa também aponta uma limitação peculiar aos monopostos de motor elétrico. Se na Fórmula 1 há a preocupação constante em poupar a borracha dos pneus, na F-E o desafio é economizar bateria. "A maior dificuldade é aprender a guiar o carro de um jeito que salve salvar o máximo possível de bateria durante a corrida. E não é pouca coisa que precisa salvar."

Na pista, outros desafios serão os pneus, mais próximos do que se utiliza normalmente nas ruas, e as disputas mais "quentes" entre os pilotos. "Os carros batem bastante. Eu vou ter que entender o jeito de guiar o carro, encostando nos outros da 'maneira correta'. Vai ser mais um aprendizado", prevê.

Desde que anunciou sua entrada na Fórmula E, ao acertar com a equipe Venturi, na metade de maio, Massa já participou de cerca de 20 dias de treinos em diferentes pistas. "Estava treinando praticamente toda a semana. Tive muito trabalho para me adaptar ao carro e terei ainda mais daqui para a frente", afirma. Mas ainda é cedo para avaliar seu desempenho na categoria, daí a expectativa para os testes na Espanha. "Será algo mais real, cada um com o seu carro. Aí saberemos como estamos em comparação aos outros pilotos."

A maior facilidade para Massa é a proximidade da fábrica da sua equipe, localizada perto da sua casa, em Montecarlo. "O simulador fica a cinco minutos andando da minha casa, em Mônaco. Eu não preciso mais pegar avião para ir para o simulador", brinca o piloto, que precisava viajar para Itália e Inglaterra na época da F-1 para visitar as fábricas da Ferrari e da Williams, respectivamente.

Empolgado com o novo desafio, o vice-campeão mundial de Fórmula 1 em 2008 já aposta no futuro da categoria de carros elétricos. "A F-E é o futuro, não só como categoria mas também nas ruas. Logo a maioria dos carros nas ruas vão ser elétricos", diz Massa.

Ele admite que já faz esforço para trazer uma etapa para o Brasil. A meta inicial dos organizadores era realizar a corrida neste ano em São Paulo. Porém, a proposta de privatização do Anhembi, onde seria disputada a prova, fez o promotor da F-E, Alejandro Agag, recuar. "Já conversei com o Alejandro sobre o assunto. E o que eu puder fazer para ajudar, vou fazer com o maior carinho. Acho que a F-E tem tudo para estar correndo no Brasil."

Massa abandona plano de 'ano sabático'

Após se despedir da Fórmula 1, no fim de 2017, Felipe Massa tinha planos de fazer de 2018 um "ano sabático" em sua vida. Mas não foi o que aconteceu. O piloto até que descansou bastante na companhia da esposa Rafaela e do filho Filipinho, porém não ficou longe das pistas.

"Achei que ia ser um ano tranquilo, que eu ia ficar bastante tempo dentro de casa. Curti bastante. Mas eu não parei", afirma. "Quando eu estava na F-1, era difícil passar mais de uma semana em casa. E isso eu realmente consegui fazer agora, mas foi menos do que eu imaginava."

Além de acertar sua entrada na Fórmula E, ele disputou duas etapas da Stock Car, no Brasil, e assumiu o cargo de presidente da Comissão Internacional de Karting, da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), com a missão de desenvolver o kart pelo mundo. E ainda participou de diversos eventos de divulgação ligado à Fórmula 1.

Sem conseguir ficar longe do asfalto, o ex-piloto das equipes Ferrari, Williams e Sauber pilotou carros do time italiano, modelos 2006 e 2010, em eventos de divulgação em Suzuka, no Japão. Participou de eventos no GP de Mônaco, foi comentarista do canal italiano RAI no GP da Itália e executará a mesma função na corrida do Brasil, pela TV Globo.

Para ajudar na divulgação da prova disputada no Autódromo de Interlagos, Massa voltará a guiar uma Williams no Rio de Janeiro, no dia 4 de novembro, no evento "F-1 nas ruas", bancado pelo patrocinador principal do GP do Brasil.

Estadão
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