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Meritocracia? Mazepin lembra origem da família e afirma: "Estou na F1 porque mereço"

Ainda que tenha um lugar na Fórmula 1 especialmente pelo aporte financeiro poderoso por parte do pai, Nikita Mazepin se sente merecedor de um lugar no cobiçado grid do Mundial

30 nov 2021 - 12h06
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“Estou na Fórmula 1 porque mereço”, afirmou Nikita Mazepin
“Estou na Fórmula 1 porque mereço”, afirmou Nikita Mazepin
Foto: Andy Hone/LAT Images/Haas / Grande Prêmio

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Segundo o conceito de meritocracia, todo indivíduo é capaz de prosperar segundo suas próprias capacidades, sem precisar da ajuda da sociedade, Estado ou família. Mas a máxima só é válida quando todos os indivíduos de uma sociedade possuem exatamente as mesmas condições sociais, econômicas e psicológicas. A Fórmula 1 sempre foi um esporte caracterizado pela presença de pilotos endinheirados e de qualidade duvidosa. Na configuração atual do grid, o exemplo mais proeminente é Nikita Mazepin.

Filho do bilionário bielorrusso Dmitry Mazepin, dono do conglomerado petroquímico Uralchem, Nikita chegou à Fórmula 1 marcado pelo assédio cometido contra uma modelo russa, flagrado em imagens de celular do próprio piloto dias depois do anúncio por parte da Haas, que confirmou sua contratação para 2021. A equipe, em que pese toda a rejeição a Mazepin filho, não recuou da sua decisão e manteve o jovem de 22 anos no time.

"Estou na Fórmula 1 porque mereço", se vangloria Mazepin (Foto: Haas F1 Team)

Se antes do debute na Fórmula 1 Mazepin já era questionado no paddock, sobretudo por seu comportamento controverso, sua postura nas pistas da principal categoria do Mundial tornou-se alvo de críticas de boa parte dos pilotos, a começar pelo próprio companheiro de equipe, Mick Schumacher, que levou algumas fechadas do russo ao longo da temporada. Nem mesmo Lewis Hamilton foi poupado, enquanto a jornalista brasileira Mariana Becker foi alvo de uma resposta grosseira do piloto.

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Nikita, entretanto, tem cadeira cativa dentro da Haas e já teve seu contrato renovado por conta de um fator determinante: a equipe de Kannapolis é, em boa parte, bancada justamente pelo patrocínio da Uralchem. Tanto que os carros da Haas são pintados com as cores da bandeira russa.

Mas Mazepin entende que tem seus méritos para estar no grid mais concorrido do esporte a motor. "Estou aqui na Fórmula 1 porque mereço e vou embora quando perder a paixão pelo esporte", disse o competidor em entrevista à revista holandesa Formule 1.

Perguntado sobre as suas atitudes dentro e fora da pista e se tem alguém responsável pela sua imagem, o piloto foi direto. "Nunca tive uma equipe que pensasse e trabalhasse especificamente nesse tipo de coisa".

"Eu também tenho muito pouco interesse em ser falso. Você sabe o que os outros dizem: seja você mesmo… Não sou movido pelas opiniões dos outros", disparou.

Por fim, Nikita contrariou a teoria de ter nascido em 'berço de ouro' e disse que o império construído pelo pai só se concretizou ao longo dos anos 2000. Muito antes, Dmitry Mazepin foi graduado na Academia Militar em Minsk, na Bielorrússia — antiga república da União Soviética — e serviu como intérprete militar no Afeganistão entre 1986 e 1988.

"O que poucas pessoas sabem é que quando nasci ainda éramos uma família pobre. E meu pai vem de família ainda mais pobre. A mãe dele teve de economizar uns dois anos para comprar um presente de aniversário para ele", explicou o atual dono do carro #9 da Haas na Fórmula 1.

Grande Prêmio
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