"Estou muito decepcionado", diz russo ao perder lugar na F1
Nikita Mazepin disse que estava disposto a aceitar condições impostas pela FIA para continuar na categoria
COMO CONFLITO ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA AFETA A FÓRMULA 1 E OUTROS ESPORTES A MOTOR
Depois do anúncio do encerramento de seu contrato com a Haas, neste sábado (05), Nikita Mazepin se pronunciou. O piloto russo classificou a decisão tomada pela equipe americana como "unilateral" e revelou que estava disposto a aceitar as determinações da FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
Vale lembrar que a entidade divulgou, na última sexta-feira (04), um código de conduta que pilotos russos e bielorrussos deveriam cumprir para não serem impedidos de participar nos eventos do órgão regulador. Dentre as imposições, estava a proibição de execução dos hinos da Rússia e Bielorrússia em eventos da FIA e expressões públicas de suporte à invasão na Ucrânia.
"Queridos fãs e seguidores, estou muito decepcionado por saber que meu contrato na F1 foi encerrado. Enquanto entendo as dificuldades, as imposições da FIA e minha disposição de aceitar as condições propostas para continuar foram completamente ignoradas e nenhum processo foi seguido nessa decisão unilateral", revelou Mazepin.
"Para aqueles que tentaram compreender, minha eterna gratidão. Eu aproveitei meu tempo na F1 e realmente espero que possamos estar juntos em tempos melhores. Vou falar mais nos próximos dias", finalizou.
No começo da manhã deste sábado, a Haas anunciou que tanto Mazepin quanto a patrocinadora Uralkali - empresa de fertilizantes russa gerenciada por Dmitry Mazepin, pai do piloto - não faziam mais parte da equipe americana.
Além do piloto russo, a Uralkali, empresa do pai Dmitry, também está fora da Haas (Foto: Haas)
A Haas não anunciou, de momento, quem será o substituto do piloto russo no grid da Fórmula 1. A expectativa é que Pietro Fittipaldi assuma o posto, com Antonio Giovinazzi também postulando à vaga.
A saída foi ocasionada pela delicada situação de Mazepin após diversas sanções aplicadas a atletas russos e, claro, o rompimento com o patrocínio principal do time. Apesar da FIA decidir que pilotos e equipes da Rússia poderiam seguir no esporte a motor com bandeira neutra, a Motorsport UK, entidade máxima do esporte no Reino Unido tomou outra atitude.
O órgão declarou que as licenças de pilotos da RAF (Federação Russa de Automobilismo) e da BAF (Federação Bielorrussa de Automobilismo) estão suspensas no território britânico. Com isso, Nikita perderia o GP da Inglaterra de Fórmula 1 em 2022, obrigando uma troca da equipe ao menos para a etapa de Silverstone. Outras entidades europeias foram aconselhadas a seguirem o mesmo caminho da Motorsport UK.