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Fórmula Indy

Mais do que volta por cima, pole de Grosjean é redenção para quem foi subestimado na F1

A volta por cima de Romain Grosjean em 2021 é das mais bonitas do esporte a motor mundial nos últimos anos. Só que, mais do que o retorno após o acidente gravíssimo sofrido no Bahrein, o bom desempenho na Indy ainda diz muito sobre quão subestimado o francês foi na Fórmula 1

14 mai 2021 - 20h38
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Romain Grosjean fez a pole em Indianápolis
Romain Grosjean fez a pole em Indianápolis
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Romain Grosjean já é o grande nome da Indy em maio. No mês mais importante para a categoria, nos dias que recebem as 500 Milhas de Indianápolis, é difícil imaginar que alguém consiga realizar algo mais emocionante do que a pole do francês, registrada nesta sexta-feira (14), no misto do IMS.

Menos de seis meses atrás, Grosjean passava pelo maior susto de sua vida. Em um dos acidentes mais feios que a Fórmula 1 já viu, o francês surgiu quase que milagrosamente em meio a uma bola de fogo que se formou após sua Haas se chocar violentamente contra o muro no GP do Bahrein.

Apesar de algumas das imagens mais impactantes do esporte e de uma tensão longa, Grosjean resistiu ao impacto, venceu a dor e conseguiu se soltar da junção carro/guard-rail. O resgate foi feito e o piloto, por incrível que pareça, saiu com alguns arranhões nos ossos e queimaduras na mão.

Romain Grosjean vai se adaptando de forma incrível na Indy
Romain Grosjean vai se adaptando de forma incrível na Indy
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Impedido de se despedir da F1, Romain passou a focar na reabilitação pelo novo capítulo da carreira, a Indy. O campeonato americano era um total desconhecido para o piloto, que foi testando, evoluindo, errando, aprendendo, até que chegou à abertura da temporada quase que em condições iguais a todo mundo do grid, sejam elas técnicas ou físicas.

O top-10 na estreia, no Alabama, foi bem impactante, mas nada que seja comparável à espetacular pole deste fim de semana. Aproveitando que estava na pista que mais lembra os traçados europeus nos EUA, Grosjean mostrou-se forte desde o início do dia e deu o bote na hora certa, executando uma volta impecável no Fast Six para superar o bicampeão Josef Newgarden.

Ainda que a vitória não venha amanhã, a mais bela história da temporada já está contada, por tudo que Grosjean viveu nos últimos meses e a volta por cima que se conclui. Mas, mais do que isso, é também uma resposta firme de alguém que, sim, foi subestimado em sua passagem pela Fórmula 1.

Romain Grosjean é pole em Indianápolis, seguindo a volta por cima brilhante
Romain Grosjean é pole em Indianápolis, seguindo a volta por cima brilhante
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Romain viveu na F1 algo que não é muito comum: teve uma segunda chance e a aproveitou com maestria. Chamado às pressas pela Renault para a vaga de Nelsinho Piquet com a temporada 2009 em andamento, o piloto mostrou pouco ou quase nada e teve de remar na GP2, sendo campeão em 2011, para voltar a ter uma oportunidade.

Acontece que aquelas sete corridas ruins de Grosjean em 2009 foram suficientes para que o francês fosse menosprezado pelo resto de sua passagem pela categoria. Apesar de ter tido temporadas excelentes em 2012 e 2013, feito um 2015 também muito competente e praticamente ter carregado a Haas nas costas por dois anos, Romain era sinônimo de trapalhadas, acidentes, apelidos pejorativos.

Não, ninguém aqui está negando que Romain realmente fez suas bobagens, cometeu seus erros, mas quem que, quase sem qualquer aporte financeiro, fica por quase uma década na F1 de graça? Que vira presidente da associação dos pilotos por anos sem qualquer mérito ou qualquer traço de liderança?

A verdade é que Grosjean pagou por anos por um campeonato em que eles simplesmente não estava pronto para disputar. E nem mesmo os dez pódios na Lotus e o jogo duríssimo contra o campeão do mundo Kimi Räikkönen foram capazes de sobressair nessa. Uma pecha que, definitivamente, era injusta.

O fim da passagem pela Haas e pela F1 realmente foi ruim. Sim, estava mesmo na hora de Grosjean buscar novos caminhos, descobrir coisas novas, procurar outras motivações. Só que, por mais que não houvesse mais espaço para ele no grid, novamente o período foi de críticas exageradas. No fim, e 2021 mostra isso muito bem, Romain e Kevin Magnussen faziam quase milagre com uma Haas absolutamente capenga. Como julgar tão severamente alguém que não pontuava tanto com aquele carro?

Mais do que a volta por cima na vida, a pole e o início de passagem pela Indy são a redenção de Grosjean. É o ponto de exclamação para alguém que teve uma carreira muito menos respeitada do que deveria ser.

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