Fórmula E: Com apoio de Di Grassi, Maloney vê crescimento da Lola e aposta no GEN4
Em exclusiva, Zane Maloney analisou seu momento na Fórmula E, comentou sobre parceria com di Grassi e expectativas para o futuro.
Em entrevista exclusiva ao Parabólica, nesta quinta-feira (4) do ePrix de São Paulo, Zane Maloney comentou sobre o momento na Fórmula E e destacou a importância de contar com um companheiro de equipe experiente como Lucas di Grassi. Para o piloto, trabalhar ao lado de um brasileiro facilita a adaptação não só aos circuitos e ao público, mas também aos aspectos técnicos.
No geral, Lucas é muito experiente, ele está por aí há muito tempo, então sabe muito sobre corridas em geral e coisas fora do âmbito formal também. Então, aprendi muito com ele.”
“Claro, meu trabalho ainda é fazer o que é melhor para mim e para a equipe, mas nos damos muito bem e até agora tudo bem nesse sentido e também nos incentivamos mutuamente. Então estou aprendendo com ele nos dados, ele está aprendendo comigo e acho que é sempre bom ter um companheiro de equipe que te pressiona e é mais rápido que você em algumas áreas e em alguns lugares. Então tem sido bom”
Ao ser questionado o crescente interesse de jovens pilotos pela Fórmula E, Maloney destacou que a categoria se consolidou como um caminho sólido após a Fórmula 2, especialmente com o alto nível de equipes, fabricantes e competitividade do grid.
“Eu acho que na Fórmula E, se você olhar para o lado no grid, as montadoras, equipes e pilotos são muito competitivos, no nível mais alto do mundo. Então acho que, obviamente, os pilotos querem ir contra os melhores, e a Fórmula E tem parte disso.” disse Zane.
“A Fórmula E está desenvolvendo uma categoria competitiva com o GEN4, que seria um carro muito mais rápido. Então, eu acho que isso se liga para nós jovens que vêm da F2. Então, eu acho que muitos caras, como você disse, estão olhando para a FE agora. E isso quase se tornou como um caminho, digamos. O que é legal.”
Refletindo sobre sua temporada de estreia, o piloto admitiu que muitos subestimam o trabalho nos bastidores necessário para fazer um carro de Fórmula E performar em alto nível. Como parte de uma equipe que entrou recentemente na categoria, Maloney explicou que 2024 foi um ano de aprendizado, encarado com paciência e consciência de que a evolução viria passo a passo:
Acho que muita gente não percebe o quanto de trabalho acontece nos bastidores para que um carro de Fórmula E entregue boa performance. Claro que aprendemos isso no ano passado, como uma nova montadora. Foi um ano difícil, claro, mas nós sabíamos isso. E da minha parte, como cresci em monopostos ou até mesmo nos karts, as equipes são muito similares e se você fizer um bom trabalho, você está no pódio, ou ganhando corridas.”
“Então, ter que dar um passo atrás e saber que eu não estaria nessa posição no ano passado, e provavelmente nem neste ano, foi difícil no início. Mas quando olho para toda a minha carreira pela frente, sei que preciso passar por essa fase para chegar à próxima. Estou ansioso por este ano com a equipe e espero alcançar resultados muito melhores do que no ano passado. Precisamos manter o otimismo, mas também sermos realistas.”
Ao ser questionado sobre o desenvolvimento do carro, pela equipe do parabólica, o piloto da Lola destacou:
“Avançamos muito. Todos estão fazendo um ótimo trabalho com o desenvolvimento e estamos aprendendo a cada dia. É uma homologação de dois anos, então não conseguimos mudar tudo o que gostaríamos para este ano. Para o GEN4, isso muda, mas para esta temporada estamos em uma situação semelhante à do ano passado, só que com tudo um pouco mais otimizado. A equipe está trabalhando melhor em conjunto, a estratégia é melhor e, da minha parte, espero ser um pouco mais rápido. Espero que isso nos faça subir um pouco no grid. Mas definitivamente não temos o pacote completo que algumas das grandes equipes têm, e é por isso que digo que precisamos ser realistas. Em uma corrida normal, não deveríamos estar vencendo todas as vezes. A Fórmula E é sempre caótica, porém, então isso nos dá oportunidades.”
Quando o assunto é o GEN4, Maloney diz enxergar o novo regulamento como uma mudança positiva, especialmente para quem vem das categorias de base. Ele acredita que a geração mais jovem pode se adaptar com mais facilidade ao carro, mas reforça que a experiência dos mais velhos também pesa.
“Veremos. Houve um teste com o carro GEN4 para todos os fabricantes. Eu estava lá, mas não fiz nenhuma volta rápida, pois tínhamos alguns problemas para resolver. Parece um bom carro, com um pouco mais de downforce e muito mais velocidade. Os pneus também serão mais rápidos. Alguém como Lucas, que está perto do fim da carreira, pode ter dificuldade para se adaptar novamente a um carro com maior pressão aerodinâmica, mas ele também tem mais experiência com muitos carros diferentes. Não acho que haja vantagem ou desvantagem em nenhum dos casos.”
“Acredito que os pilotos que estão subindo na hierarquia da F4, F3 e F2 agora podem estar em uma posição melhor do que estariam se tivessem entrado neste carro atual, porque ele é muito diferente de qualquer outro que se pilota normalmente. Geralmente, é uma luta para os novatos no começo. Mas, no fim das contas, é um carro de corrida que você precisa levar ao limite. Não importa a sua idade ou o que você já fez. Você só precisa tentar levá-lo ao limite.”
A Fórmula E volta às pistas no próximo sábado, dia 6 de dezembro, com o ePrix de São Paulo, abrindo oficialmente a 12° temporada da categoria.