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Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em junho e têm resultado pior que o esperado

10 ago 2018 - 09h25
(atualizado às 09h52)
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As vendas no varejo brasileiro surpreenderam em junho ao encolherem pelo segundo mês seguido, ainda como reflexo da greve dos caminhoneiros que causou forte desabastecimento em todo o país e afetou a confiança dos agentes econômicos sobre o desempenho da economia como um todo neste ano.

Cliente faz compras em supermercado em São Paulo, Brasil
11/01/2017
REUTERS/Paulo Whitaker
Cliente faz compras em supermercado em São Paulo, Brasil 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

As vendas caíram 0,3 por cento em junho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, registrando o pior desempenho para junho desde 2015 (-1,1 por cento).

Na comparação anual, o setor subiu 1,50 por cento em junho, ambos resultados piores do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,2 por cento na comparação mensal e de avanço de 2,40 por cento sobre um ano antes.

O cenário ficou ainda mais sombrio porque o IBGE revisou, e para muito pior, o desempenho das vendas varejistas em maio, que passaram de contração de 0,6 para queda de 1,2 por cento sobre o mês anterior.

"A série ajustada não conhecia o evento paralisação dos caminhoneiros... é natural haver revisão mais acentuada", afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes. "A entrada de junho transforma o dado de maio após melhor interpretação de dados novos", acrescentou.

Maio foi marcado por desabastecimento em todo o país devido à greve dos caminhoneiros no final do mês, que abalou ainda mais a confiança tanto do empresariado quanto dos consumidores, que já estava estremecida pelas incertezas sobre a eleição presidencial.

Segundo o IBGE, apesar da variação negativa, houve crescimento em cinco das oito atividades pesquisadas. A pressão negativa se deu nos segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,5 por cento), interrompendo dois meses de taxas positivas, e no de Combustíveis e lubrificantes (-1,9 por cento).

As vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, subiram 2,5 por cento em junho sobre maio. As vendas de Veículos e motos, partes e peças saltaram 16 por cento, enquanto as de Material de construção subiram 11,6 por cento.

Os sinais para o setor de varejo no país continuavam fracos. Em julho, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança do comércio recuou pela quarta vez consecutiva, sugerindo que o setor continuava perdendo o fôlego, pesando sobre esse cenário a vagarosa retomada do mercado de trabalho.

Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país estava em 1,5 por cento, a metade do que era projetado alguns meses antes.

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