Trump anuncia interrupção de negociações comerciais com o Canadá
Presidente dos EUA acusa autoridades canadenses de deturpar o ex-presidente Ronald Reagan em uma campanha publicitária antitarifária
O presidente Donald Trump disse na noite desta quinta-feira, 23, que estava encerrando "todas as negociações comerciais" com o Canadá por causa de um anúncio de televisão que se opunha às tarifas dos EUA. Trump disse que a peça distorcia os fatos e chamou de "comportamento flagrante" com o objetivo de influenciar decisões judiciais dos EUA.
A publicação nas redes sociais de Trump foi feita após o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, afirmar que pretende dobrar as exportações de seu país para países fora dos EUA devido à ameaça representada pelas tarifas de Trump. O apelo de Trump por um fim abrupto das negociações pode inflamar ainda mais as tensões comerciais que já vêm se acumulando entre os dois países vizinhos há meses.
Trump postou: "A Fundação Ronald Reagan acaba de anunciar que o Canadá usou fraudulentamente um anúncio, que é FALSO, com Ronald Reagan falando negativamente sobre tarifas".
"O anúncio era de US$ 75.000. Eles só fizeram isso para interferir na decisão da Suprema Corte dos EUA e de outros tribunais", escreveu Trump em sua rede social. "TARIFAS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA A SEGURANÇA NACIONAL E A ECONOMIA DOS EUA. Com base em seu comportamento flagrante, TODAS AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS COM O CANADÁ ESTÃO ENCERRADAS".
O gabinete de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O primeiro-ministro deve partir na manhã de sexta-feira para uma cúpula na Ásia, enquanto Trump deve fazer o mesmo mais tarde, durante a noite.
Quase 85% do comércio transfronteiriço em ambas as direções permanece livre de tarifas, já que os Estados Unidos e o Canadá continuam a aderir a um acordo comercial norte-americano existente chamado USMCA.
Mas as tarifas setoriais globais de Trump, particularmente sobre aço, alumínio e automóveis, atingiram duramente o Canadá, levando à perda de empregos e pressão sobre as empresas. /AP e AFP