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Taxas futuras de juros têm viés de queda após IPCA

10 mai 2019 - 10h26
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Os juros futuros abriram e seguem com viés de baixa nesta sexta-feira, 10, pautada por expectativa doméstica com reforma da Previdência e esperança cautelosa por causa da guerra comercial entre EUA e China. Contribui para esse comportamento das taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) o resultado do IPCA de abril, que veio perto do piso das estimativas, que iam de 0,54% a 0,71% (mediana de 0,63%), segundo levantamento do Projeções Broadcast.

Na avaliação do economista-chefe do banco Haitong, Flávio Serrano, a influência do índice de inflação no comportamento das taxas de juros futuros acontece, "não por conta do nível da variação, que veio levemente abaixo do esperado, mas pela análise qualitativa".

Serrano destaca que a média dos núcleos foi de 0,39%, enquanto a inflação de serviços veio a 0,32%. "Fatores pontuais pressionaram o IPCA em abril", disse o economista-chefe do Haitong. O economista esperava que o IPCA viesse com alta de 0,62% em abril ante março e veio em 0,57%, segundo divulgou o IBGE agora cedo.

Divulgada pouco depois, a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos cresceu 0,3% em abril, na comparação com o mês anterior, após ajustes sazonais, puxado por custos com aluguel e energia, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. A mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast era de alta de 0,4%.

Do mercado global de câmbio, a influência é de viés de queda desde cedo. O dólar cai perante todas as moedas emergentes, mas sem grande ímpeto. As maiores quedas neste início de manhã são ante a lira turca e o rand sul-africano. No Brasil, a moeda oscila entre pequenas altas e baixas no mercado à vista. Logo depois da divulgação do CPI, o dólar voltou a cair.

A mudança na diretoria do BC, presidido por Roberto Campos Neto, ex-executivo da tesouraria do Santander, não faz preço, segundo um operador. Na quinta-feira, 9, a instituição anunciou a saída do diretor de Assuntos Internacionais e Riscos Corporativos, Tiago Couto Berriel, e sua substituição pela economista Fernanda Feitosa Nechio, "research advisor" do Fed de São Francisco (EUA).

Às 9h56 desta sexta, o DI para janeiro de 2020 estava em 6,38% ante 6,405% no ajuste de quinta. O DI para janeiro de 2027 estava em 8,87% ante 8,901% no ajuste da véspera.

Estadão
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