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'Se pedalaram o BNDES, temos que despedalar', diz Guedes

Ministro da Economia criticou a política do governo petista dos "campeões nacionais" e afirmou que saneamento será priorizado

10 mai 2019 - 13h55
(atualizado às 15h20)
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira, 10, que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devolva dinheiro da União e passe a concentrar esforços em segmentos específicos, que geram efeitos na área social, como o de saneamento. Ele defendeu também que o banco contribua na reestruturação de Estados e municípios.

Em palestra no 31.º Fórum Nacional, em escritório do BNDES, no Centro do Rio de Janeiro, o ministro criticou a política do governo petista dos "campeões nacionais", que classificou como fábrica de privilégios.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala durante a 31ª edição do Fórum Nacional realizada na manhã desta sexta-feira, 10 de maio de 2019, na sede do BNDES, no centro do Rio de Janeiro.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala durante a 31ª edição do Fórum Nacional realizada na manhã desta sexta-feira, 10 de maio de 2019, na sede do BNDES, no centro do Rio de Janeiro.
Foto: Wilton Junior / Estadão

"Não é razoável um sujeito em Brasília criar a maior fábrica de proteína do mundo. Quem escolhe os campeões?", questionou. Em seguida, disse que, "se pedalaram o BNDES, temos que despedalar. Vamos reduzir. Temos que devolver capital à União".

Segundo Guedes, os empréstimos que o BNDES fez nos governos passados poderiam ter sido feitos por qualquer banco privado. "Não temos que ficar dando grana para gato gordo", afirmou.

De acordo c om o ministro, o Banco Central foi a única instituição que conseguiu ficar fora de uma administração lesiva porque aperfeiçoou os seus algoritmos (modelos). "O BNDES tem que ter os algoritmos do BC, tem que trabalhar o aperfeiçoamento dos algoritmos de vocês", disse ao lado do presidente do banco, Joaquim Levy, ressaltando que foi justamente para fazer isso que trouxe Levy de fora do País para o cargo.

"Não pode ficar esperando só a aposentadoria com um bom salário, ou não faz sentido ser um banco público (BNDES)", criticou. Para Guedes, o banco tem que ser mais seletivo nos seus empréstimos e analisar a necessidade do País, não apenas dos empresários.

Ele afirmou que daqui para frente o 'S' da sigla do BNDES deverá ser traduzido como saneamento. Esse será um dos segmentos nos quais o banco deverá se aprofundar. "Vamos avançar nas privatizações", acrescentou.

Guedes destacou ainda a intenção de o banco participar do processo de reestruturação das finanças de Estados e municípios, com a utilização de recursos futuros, como do pré-sal. "Vamos usar mais garantias do que crédito bruto para reestruturar Estados e municípios", afirmou.

Dinâmica virtuosa

Para o ministro, o Brasil está vivendo uma "dinâmica virtuosa" e por isso este é o melhor momento para atacar a Previdência Social, sob o risco de não haver futuro para os filhos e netos da atual geração. "Tem que atacar a reforma da Previdência ou vai explodir o teto, se formos pelo caminho da Argentina, ou da Venezuela", afirmou.

Guedes disse que os governos anteriores não quiseram enfrentar o conflito que é promover uma reforma como pretende o governo de Jair Bolsonaro. "Quebraram tudo para ver o que acontece no final", afirmou, referindo-se aos déficits nas contas de estatais, municípios e Estados herdados dos governos anteriores.

"Toda vez que quebra um fundo (de pensão) de estatal, a empresa vai lá e capitaliza. Não pode ser assim, o funcionário púbico tem que tomar conta disso", afirmou.

Pacto federativo

Guedes acredita que não terá dificuldade de aprovar um pacto federativo porque governadores e prefeitos concordam sobre a necessidade de promover mudanças. O pacto fará parte de uma agenda positiva que será lançada após a conclusão da reforma da Previdência, disse.

Entre as mudanças previstas, o ministro citou a desvinculação de receitas e despesas dos orçamentos de Estados e municípios e a redução da alíquota de tributos, que deve cair 10% em média. A redução deve ser gradativa, ano a ano, segundo o ministro.

Estadão
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