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'Remuneração tem de refletir objetivo da empresa', diz presidente da Renner

O executivo também percebe o consumidor mais atento ao assunto

7 mar 2021 - 05h11
(atualizado em 8/3/2021 às 08h12)
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O presidente da Renner, Fabio Faccio, teve recentemente sua remuneração atrelada a métricas ESG. Esse tipo de cálculo já era utilizado há alguns anos para 80% do alto escalão, mas agora vale para toda a cúpula.

A varejista não possui um controlador definido e, para Faccio, trazer o tema à mesa da alta administração e dar transparência a essas questões é uma obrigação. O executivo também percebe o consumidor mais atento ao assunto e que a pandemia deixou evidente a importância da temática ESG para sociedades, empresas e acionistas.

O que muda na empresa e na sua administração quando a remuneração passa a refletir itens relacionados ao tema ESG?

Esse olhar para as questões ESG vem de muito tempo e trazer isso para a remuneração sedimenta nossa cultura e formaliza coisas que são importantes para nós. Esse tema está presente no dia a dia da empresa desde 2005, ano em que a Renner passou a ser uma 'corporation' (empresa sem controle definido) e temos nossa responsabilidade fiduciária, representando mais de 133 mil acionistas. Em 2008, com o Instituto Renner, já tínhamos grande foco no empoderamento feminimo. E desde 2013 colocamos esse tema em nossos princípios e valores. As metas em si já estão atreladas à grande parte da remuneração dos executivos desde 2017. Agora, mais recentemente, 100% dos executivos do C-level (alto escalão) têm remuneração ligada a essas métricas. Isso foi muito bem aceito pelos executivos.

O que significa para você ter parte da remuneração relacionada a critérios ambientais, sociais e de governança?

Faz todo o sentido. A remuneração tem que refletir o objetivo da empresa. Nada mais correto e justo do que isso. Independente desses fatores estarem na meta, isso já era algo que era feito, estava na crença, mas existir a métrica alinha. É mais um ponto importante, reforça a mensagem. Esse tema é uma prioridade desde que nos transformamos em uma corporation.

Como o tema ESG é tratado hoje nas reuniões do alto escalão da empresa?

Essa já é uma prioridade há muitos anos. Meio ambiente e sustentabilidade sempre foi um ponto central em nossa crença. No nosso conselho, temos um comitê de sustentabilidade. O tema ESG está na meta dos executivos, está em nossas reuniões.

O consumidor no Brasil está mudando seu consumo de moda e se voltando para empresas e produtos mais sustentáveis?

A gente entende que sim. O nível de consciência está aumentando mais. Às vezes questionam se o consumidor pagaria mais por isso. Não e nem deve: é uma obrigação da empresa entregar seus produtos sustentáveis, menos impactantes e acessíveis. O consumidor vem valorizando mais, mas existe uma parcela muito grande do público que não faz essa distinção. Mas a tendência é ser cada vez mais.

A pandemia acelerou esse processo de maior conscientização?

Tenho certeza que sim. Acredito que está mais claro para a maior parte da população, para acionista e empresas que o caminho é esse. Para sermos perenes, longevos, precisamos investir em sustentabilidade ou não iremos nos sustentar como sociedade. Se quisermos ter longevidade como sociedade, esse é o único caminho e isso está ficando muito claro.

Estadão
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