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Produção industrial brasileira recua 3,2% em maio, diz IBGE

Na comparação com abril, houve queda de 0,6%

2 jul 2014 - 09h25
(atualizado às 10h57)
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A produção industrial do Brasil recuou  3,2% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Em relação a junho, a retração foi de 0,6%, terceiro mês seguido no vermelho e mais uma vez com fraqueza dos investimentos, um novo sinal de que a economia brasileira continuou patinando.

Um funcionário verifica tubos de cobre em uma companhia metalúrgica em São Paulo. A utilização da capacidade instalada na indústria brasileira ficou em 82,7 por cento em janeiro, com dados dessazonalizados, maior em relação a dezembro (82,1 por cento), informou nesta terça-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI). 20/04/2012
Um funcionário verifica tubos de cobre em uma companhia metalúrgica em São Paulo. A utilização da capacidade instalada na indústria brasileira ficou em 82,7 por cento em janeiro, com dados dessazonalizados, maior em relação a dezembro (82,1 por cento), informou nesta terça-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI). 20/04/2012
Foto: Nacho Doce / Reuters

Os resultados ficaram em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam queda de 0,55% na base mensal e de 3,20% sobre um ano antes. Em março e em abril, o setor já havia mostrado queda de 0,5% na comparação mensal, segundo o IBGE. O dado de abril foi revisado depois de ter divulgado originalmente recuo de 0,3%.

"Nitidamente a indústria está operando num ritmo bem menor. Mas mais do que a queda em si, destaca-se o perfil dessa perda, que se dá de forma quase que generalizada", disse o economista do IBGE André Macedo.

A indústria convive há tempos com níveis baixos de confiança e a recente queda da produção provocou somente em maio o corte de quase 30 mil trabalhadores no setor. Em junho, já houve sinais de que a situação da indústria não melhorou. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) caiu a 48,7 no mês passado, ante 48,8 em maio, terceiro mês seguido abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e o pior resultado desde julho do ano passado. Depois de o mau desempenho da indústria ter exercido um dos principais pesos sobre a economia brasileira no primeiro trimestre, o próprio Banco Central passou a ver contração de 0,4% do setor este ano, com a economia crescendo 1,6%.

Já o mercado vê expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 1% no ano, e há quem não descarte que a economia brasileira possa entrar em recessão técnica.

Investimentos e veículos

O principal destaque para o desempenho de maio foi o segmento de Bens de Capital, medida de investimento, com baixa de 2,6% sobre o mês anterior, segundo o IBGE. Também foi a terceira queda seguida, acumulando perdas de 7,5% nesse período. Sobre um ano antes, o recuo foi de 9,7% em maio.

"Certamente o investimento vai ficar paralisado, porque não há perspectivas de melhora nos próximos períodos por causa das incertezas com crescimento econômico, confiança e perda de massa salarial com a inflação alta", destacou o economista para o Brasil da Ático Asset Management, Danilo Delgado.

Já entre os ramos de atividade, o IBGE destacou que 15 dos 24 pesquisados tiveram queda mensal em maio, sendo as principais influências negativas coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%).

No último caso, também foi o terceiro mês de queda, acumulando perda de 10,8%. Para tentar estimular a atividade, nesta semana o governo anunciou a prorrogação até o fim do ano das alíquotas reduzidas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos e móveis.

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