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Petrobras e Novonor decidem adiar oferta de ações da Braskem

Com a ação a R$ 45 ou mais, havia uma demanda pequena, de acordo com as fontes

28 jan 2022 - 07h15
(atualizado às 09h40)
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A Petrobras e a Novonor (antiga Odebrecht) decidiram adiar a oferta subsequente de ações (follow on) da Braskem, que poderia movimentar até R$ 8 bilhões. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, a decisão foi tomada na noite de ontem, em reunião para o fechamento do livro de ofertas, que definiria o preço de venda da ação. A Petrobras e a Braskem confirmaram a desistência na manhã desta sexta-feira.

A maior demanda dos investidores pelos papéis estaria concentrada com o preço da ação a R$ 40, valor considerado insatisfatório pelas controladoras. Quando a operação foi anunciada, no último dia 15, o papel era negociado a R$ 52.

Com a ação a R$ 45 ou mais, havia uma demanda pequena, de acordo com as fontes. Após anúncios de ofertas subsequentes, as fontes destacam que é normal o mercado forçar as cotações para baixo, buscando pagar menos pelo papel.

Mas, no caso da Braskem, pesou o fato de os controladores já terem sinalizado novas ofertas de ações que possuem pela frente, além de, no caso da Novonor, em recuperação judicial, precisar vender as ações para o pagamento de credores. As ações da Braskem vêm de uma valorização de mais de 100% em 12 meses, mas em janeiro caíram 19% até o pregão de quinta-feira, 27.

A Petrobras afirmou que a desistência ocorreu diante da instabilidade das condições do mercado de capitais, que resultaram em níveis de demanda e preço não apropriados para a conclusão da transação. A estatal disse que, em conjunto com a NSP Investimentos, comunicou à petroquímica a decisão de cancelar a oferta pública. A operação seria realizada simultaneamente no Brasil e no exterior.

A Petrobras diz ainda que permanece em vigor o contrato celebrado com a Novonor, o qual estabelece compromisso de ambas as empresas realizarem a venda de suas respectivas participações societárias na Braskem, além de estabelecer diretrizes com o objetivo de migração da Braskem para o Novo Mercado.

Em nota, a Braskem repetiu o posicionamento da Petrobras, indicando que as empresas controladoras consideraram que a instabilidade das condições dos mercados financeiros resultou em níveis de demanda e preço não apropriados para a conclusão da transação.

Mecanismo pouco utilizado no Brasil

Ao anunciar a oferta, a Braskem adotou um mecanismo pouco utilizado no Brasil, mas que sinaliza que mais vendas virão em breve. A empresa fez um "registro de prateleira" na Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado acionário americano).

Este mecanismo é comum nos Estados Unidos e permite uma nova operação apenas com o registro de informações suplementares. Este tipo de registro foi usado por poucas empresas no Brasil até agora. Petrobras, Vale e Suzano estão entre as que utilizaram o mecanismo nos últimos anos.

A operação fechada na quarta-feira, 26, foi coordenada por Morgan Stanley, JPMorgan, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA, Santander e UBS Brasil.

Estadão
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