Script = https://s1.trrsf.com/update-1765224309/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Não é verdade que fintechs pagam menos impostos que bancos, diz Campos Neto, vice-chairman do Nubank

As declarações do ex-presidente do Banco Central vêm dois dias após o ministro da Fazenda dizer não entender 'como uma fintech maior que um banco pode pagar menos imposto'

16 out 2025 - 16h43
(atualizado às 16h56)
Compartilhar
Exibir comentários

As fintechs brasileiras pagaram efetivamente mais impostos do que os bancos, afirmou o vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, em uma conversa em vídeo nesta quinta-feira, 16.

"Não é verdade que as fintechs pagam menos impostos. Quando a gente pega o que de fato foi pago para o governo, que é a taxa efetiva de impostos, as fintechs pagaram mais do que os bancos grandes", disse Campos Neto.

Dois dias antes, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado sobre o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não entender "como uma fintech maior que um banco pode pagar menos imposto". O ministro disse, também, que verificaria a possibilidade de rever a "taxação BBB" (bancos, bets e bilionários) antes de avançar com a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

'Nenhuma fintech quer um tratamento privilegiado', diz Campos Neto
'Nenhuma fintech quer um tratamento privilegiado', diz Campos Neto
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Para Campos Neto, as fintechs estão mostrando que é possível fazer bancarização com lucratividade. "As fintechs não estão querendo pagar menos. Estão querendo pagar igual. Nenhuma fintech quer um tratamento privilegiado, quer um tratamento justo, com capacidade de competir."

O executivo ressaltou que as fintechs tiveram um papel importante não só na inovação recente no sistema financeiro brasileiro, mas principalmente na inclusão financeira. O nível de bancarização do Brasil saiu da casa dos 60% no início da década para 82%, enquanto no México está no patamar de 50%.

Operação nos EUA

Sobre a decisão do Nubank de entrar nos Estados Unidos, com o pedido de licença aos reguladores americanos, Campos Neto afirma que o modelo de negócios da fintech é exportável, como já mostraram o México e a Colômbia. Nos EUA, que é um mercado enorme, mesmo uma participação pequena por lá já representaria muita coisa.

"Acho que tem um problema de eficiência bancária nos Estados Unidos. Acho que o Nubank tem todos os ingredientes para conquistar uma parte relevante no mercado, obviamente começando com a população latina", disse Campos Neto.

Sobre as ineficiências do mercado americano, o ex-presidente do BC ressaltou que ainda é um mercado que tem talão de cheques, que tem papel na agência bancária e os pagamentos não são tão eficientes como no Brasil.

Ele ressaltou que o pedido de licença bancária nos EUA é mais longo que no Brasil. Aqui, é feito só ao BC, mas nos EUA as solicitações passam por vários reguladores, incluindo o Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade