PUBLICIDADE

Mulher e estrangeira: a jornada de uma empreendedora no Brasil

21 jun 2022 - 01h30
Compartilhar
Exibir comentários
Alexandrine Brami
Alexandrine Brami
Foto: Divulgação

Nada me predispôs a seguir uma carreira de empreendedora no Brasil. Mulher, estrangeira, acadêmica, mestre em Ciências Políticas, com um percurso universitário iniciado na França e na Rússia, desprovida de capital econômico e social.

Quando cheguei ao Brasil em 2002, tive a oportunidade de participar do Comitê de Jovens Empreendedores da FIESP.) Fui convidada como diretora e integrada como participante ativa em vários comitês. Era mais que uma escola, era o despertar de uma vocação em uma época (2007), que o empreendedorismo no Brasil estava longe de ser glamouroso.

Por ocasião de uma reunião mensal que terminava na famosa “Pizza com Negócios”, um dos palestrantes da noite, Benjamin Steinbruch (CEO e presidente do Conselho de Administração da CSN, a segunda maior empresa de minérios de ferro no mundo), nos contou sua história: como ele criou a CSN, os erros que cometeu, seus acertos e as lições que tirou. Naquela noite, tive uma intuição, como um chamado: eu também posso criar algo que seja ambicioso, pertinente e gerador de mudanças, algo que o Brasil (e eu, claro!) poderá se orgulhar.

Não sabia que levaria 14 anos para sair do modo “sobrevivência” e não pensava nos sacrifícios que deveria fazer no Brasil, na dor que sentiria, no medo, e nas dúvidas. Se soubesse, talvez não teria continuado. Minha vida de professora concursada e pesquisadora, fazendo doutorado na Sciences Po Paris era muito confortável. ‍

Em 2007, decidi ficar no Brasil e criar minha primeira empresa. Recrutei e associei pessoas. Inventamos, testamos, erramos e acertamos. Foram anos de experiência que nos levaram a‍ fundar, em 2021, Lingopass, uma plataforma de capacitação em idiomas, com metodologia adaptativa ao perfil do usuário, com foco no mercado corporativo e educacional. 

Por trás, são anos de experimentações, muita pesquisa e um grande trabalho de coleta, cruzamento e análise de dados, que já impactaram mais de 6 mil pessoas, desde jovens em início de carreira, até profissionais que buscam recolocação.

Acredito no poder transformador da educação e quando unimos uma metodologia robusta, baseada em neurociência, com inovação tecnológica, o processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional se torna prazeroso, nutrindo sonhos e abrindo possibilidades. Por isso, a minha missão como empreendedora é empoderar pessoas talentosas com sonhos extraordinários. 

Me lembro sempre de um dos melhores conselhos que recebi quando mais jovem, que foi nunca desistir dos meus sonhos e sempre almejar ir mais longe. Essa é a mensagem que carrego comigo, sendo educadora e empreendedora, e também é a mensagem que busco passar para todos que encontro nessa jornada. Afinal, a combinação de sonhos poderosos com acesso à educação, te leva a lugares extraordinários e a minha história é a prova disso. 

(*) Alexandrine Brami é uma francesa que chegou ao Brasil em 2002 e abraçou o empreendedorismo. Em 2021, co-fundou o Lingopass, solução de capacitação em idiomas com foco no mercado corporativo e educacional.

Homework Homework
Compartilhar
Publicidade
Publicidade