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Mudança de empresa para banco reduziu o custo do capital em 34%, diz diretor da XP

No ano de 2024, o lucro líquido da XP somou R$ 4,544 bilhões, 17% acima de 2023, e a receita líquida atingiu R$ 17,1 bilhões, alta de 15%; ambos foram recordes

18 fev 2025 - 22h36
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Ao comentar os resultados de 2024, divulgados na noite desta terça-feira, 18, o diretor financeiro da XP, Victor Mansur, afirmou que a mudança na estrutura organizacional que colocou todos os negócios embaixo do Banco XP reduziu 34% no custo de capital da empresa.

Segundo o executivo, a XP pretende, por meio do banco, realizar sua primeira captação no mercado de dívida externa, quando houver janela favorável, mais ainda este ano. A XP acredita que deve seguir o padrão das captações, com uma operação que pode variar entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões.

Mansur lembrou que a XP vai capturar este ano todos os benefícios de ter o banco acima dos negócios. "Não tivemos um único trimestre ao longo de 2024 no qual capturamos todas as melhorias da nova estrutura societária", afirmou.

Segundo ele, com a nova estrutura, está previsto este ano crescimento importante em novas verticais nos negócios de atacado e varejo, "provendo mais produtos para o ecossistema de investimentos e um banco mais competitivo". Nesse sentido, o presidente Thiago Maffra observou que a XP vai lançar novos cartões, com intenção de aumentar a participação do banco na carteira dos clientes.

Dentro da vertical de varejo, a renda fixa foi destaque em 2024, sendo responsável por R$ 985 milhões em receita, um aumento de 43% na relação ano contra ano
Dentro da vertical de varejo, a renda fixa foi destaque em 2024, sendo responsável por R$ 985 milhões em receita, um aumento de 43% na relação ano contra ano
Foto: Aline Bronzati/Estadão / Estadão

Os números de 2024

No ano de 2024, o lucro líquido da XP somou R$ 4,544 bilhões em 2024, 17% acima de 2023 e a receita líquida atingiu R$ 17,1 bilhões, alta de 15%, ambos recordes.

A XP fechou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido ajustado de R$ 1,210 bilhão, crescimento de 16% ano contra ano e de 2% em relação ao trimestre anterior.

A receita bruta somou R$ 4,725 bilhões, 10% acima do mesmo intervalo de 2023 e 4% acima do terceiro trimestre. A receita líquida foi de R$ 4,487 bilhões, alta anual de 11% e trimestral de 4%.

A margem do lucro líquido ficou em 27%, aumento anual de 126 pontos-base e queda trimestral de 51 pontos-base. O EBT — métrica que reúne os desempenhos operacional e financeiro, antes da taxação de impostos — foi de R$ 1,289 bilhão, 30% acima do quarto trimestre de 2023 e 6% superior ao trimestre anterior.

O retorno sobre o patrimônio (ROAE) ajustado subiu 230 pontos-base no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior e avançou 40 pontos-base no trimestre, para 23,4%. A margem EBT fechou o quarto trimestre em 28,7%, 413 pontos-base acima do mesmo trimestre de 2023 e 66 pontos-base acima do terceiro trimestre.

A base de clientes da XP alcançou 4,68 milhões, 3% acima do quarto trimestre de 2023 e 1% maior do que o terceiro trimestre. Os ativos totais de clientes totalizaram R$ 1,227 trilhão de ativos sob custódia, um crescimento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Citando lucro e receitas recordes, o presidente da XP, Thiago Maffra, destacou que o resultado foi atingido em um ano de muita volatilidade no cenário macroeconômico e "mostrando assim que as estratégias de diversificação de resultado, através de novos serviços e produtos, nos tornaram muito mais resilientes".

No release de resultado, Maffra afirmou ainda que 2025 será mais uma oportunidade para demonstrar a força anticíclica do modelo de negócios. "O ambiente de juros mais alto deverá beneficiar diretamente o crescimento de Client Assets, principal driver de receita dos principais produtos de investimento no varejo."

Aposta na renda fixa

As receitas do varejo da XP cresceram 13% em 12 meses até o fechamento do quarto trimestre, para R$ 3,569 bilhões. Frente ao terceiro trimestre, subiram 2%. No ano, as receitas do varejo da XP tiveram aumento de 14% frente a 2023, para R$ 13,48 bilhões.

Varejo é a maior contribuição para a receita bruta da companhia, seguida por grandes empresas e mercado de capitais, que somaram R$ 599 milhões no quarto trimestre, um aumento de 18% em 12 meses e de 9% frente ao terceiro trimestre. As receitas institucionais caíram 20% ano contra ano e 2% em base trimestral, para R$ 332 milhões.

Dentro da vertical de varejo, a renda fixa foi destaque em 2024, sendo responsável por R$ 985 milhões em receita, um aumento de 43% na relação ano contra ano e de 5% em comparação ao terceiro trimestre.

Enquanto isso, a vertical de renda variável registrou receitas de R$ 1,001 bilhão no quarto trimestre, representando uma queda de 15% em base anual e de 5% na trimestral.

Maffra acrescentou que espera outro ano robusto para renda fixa, "além de uma expansão do nosso market share (fatia) em mercados estratégicos, como o de DCM (crédito privado)". O executivo mencionou ainda que as novas verticais de negócios continuam a crescer acima da média, "contribuindo para a diversificação e a resiliência de receitas".

O executivo reiterou que a companhia deve entregar o guidance (tendência) para 2026 fornecido no Investor Day em 2023, "apesar das muitas mudanças que observamos no cenário macroeconômico". No final de 2023, a XP previu um guidance de receita anual ao final de 2026 entre R$ 22,8 bilhões e R$ 26,8 bilhões. A XP previu também alcançar uma margem EBT de 26% de margem, superada no terceiro trimestre.

O diretor financeiro, Victor Mansur, afirmou que a XP está confiante no potencial da plataforma de renda fixa construída pela companhia, o que assegura perspectiva de bom resultado este ano, já que a renda fixa deve voltar a liderar a atividade do mercado de capitais diante do juro elevado.

Segundo ele, a XP alcançou a marca de mais de 40 mil negócios ao dia com renda fixa e 50% de market share no mercado secundário de renda fixa. "Investimos muito na plataforma de renda fixa e não há paralelo no mercado, nem mesmo com que era a XP há um ano", afirmou.

Maffra lembrou também que a XP se beneficia do fato de que a maior parte dos seus clientes que acessam a renda fixa são pessoas físicas, portanto, que investem em produtos isentos. "Não competimos nas mesmas linhas de negócios, somos mais fortes em produtos isentos, e por isso, acreditamos que se o mercado desacelerar teremos mais market share", afirmou.

Entre as novas verticais, cartões foi destaque com R$ 333 milhões em receita, 9% acima do ano anterior e 10% superior ao terceiro trimestre. Seguros somou receitas de R$ 58 milhões, um aumento anual de 27% e de 5% na comparação do trimestre.

Estadão
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