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Mineradora volta a operar mineroduto depois de rompimento

Justiça estadual determinou o bloqueio de R$ 10 milhões em decorrência de danos ambientais causados pela Anglo American.

28 mar 2018 - 13h33
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O mineroduto da empresa Anglo American, responsável pelo escoamento da produção de minério de ferro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro voltou a operar depois de um rompimento no dia 12 de março. O abastecimento de água chegou a ser interrompido no município de Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata Mineira e o Ribeirão Santo Antônio foi contaminado.  

No mesmo dia, representantes da mineradora britânica foram à Assembleia Legislativa para explicar as ações aos deputados estaduais mineiros e à Comissão de Minas e Energia da Casa.

Por causa do acidente a Justiça determinou o bloqueio de R$ 10 milhões depois que o Ministério Público constatou o vazamento de 450 m³ de minério no ribeirão durante os 45 minutos em que o mineroduto continuou funcionando.

O rompimento do mineroduto é a segunda polêmica que envolve o projeto da gigante britânica Anglo-American.
O rompimento do mineroduto é a segunda polêmica que envolve o projeto da gigante britânica Anglo-American.
Foto: Divulgação

A empresa informou que o material despejado no meio ambiente é uma polpa composta por 70% de minério de ferro e 30% de água. A anglo American disse ainda que o resíduo não oferece perigo à população, segundo as normas técnicas de segurança.

A retomada das atividades do mineroduto foi autorizada pelo Ibama depois que foi feita a análise dos documentos apresentados pela empresa que comprovam o cumprimento de ações em resposta ao acidente.

Durante três dias a Anglo American distribuiu água mineral para a população de Santo Antônio do Grama e carros-pipa abasteceram as casas do município. No dia 15 de março a Estação de Tratamento de Água da Companhia de Abastecimento foi completamente abastecida e uma adutora foi construída para abastecer a cidade.

Dezessete pontos espalhados entre o Ribeirão Santo Antônio e o Rio Casca estão sendo monitorados e, de acordo com a Anglo, 200 profissionais trabalham na operação.

Maior mineroduto do mundo

O mineroduto Minas-Rio é uma obra grandiosa e envolve grandes números. O site da empresa o apresenta como “um dos maiores projetos de minério de ferro do mundo, durante sua implantação”.  E segue afirmando que ele “é uma operação de exportação de minério de ferro totalmente integrada, com mina, usina de beneficiamento, mineroduto de 529 km e o terminal de minério de ferro dedicado no Porto de Açu”, no Rio de Janeiro.

O rompimento do mineroduto é a segunda polêmica que envolve o projeto da gigante britânica Anglo-American.

No início deste ano, uma reportagem publicada pelo The Intercept revelou que a subsecretária de Meio Ambiente de Minas Gerais pediu licença do cargo que ocupava no governo para assinar o projeto de uma das etapas do mineroduto Minas-Rio da Anglo American.  Aline Faria Souza Trindade tem, entre suas atribuições fiscalizar as barragens no estado.

Na prática, a servidora vai assinar projetos que serão analisados pelo órgão regulador estadual onde voltará a atuar depois que retornar da licença. Entre os projetos elaborados por Aline está a construção de uma barragem de rejeitos sete vezes maior que a de Mariana.  

Em nota, o Governo do Estado de Minas Gerais afirmou que a servidora não estava cometendo nenhuma ilegalidade. A Anglo-American reiterou que a legislação brasileira permite que qualquer funcionário público licenciado do cargo exerça atividades de natureza privada, inclusive assalariada.

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Fonte: Especial para Terra
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