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Mercado fez com gasolina o que setor de etanol queria, diz CEO da Petrobras

1 jun 2020 - 20h43
(atualizado às 20h52)
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Com a alta dos preços da gasolina na esteira de uma recuperação das cotações internacionais do petróleo, os valores do combustível fóssil nas bombas do país ficaram sustentados pelas forças do mercado, afastando a necessidade de uma intervenção do governo reivindicada pelo setor de etanol no Brasil, disse nesta segunda-feira o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Roberto Castello Branco, CEO da Petrobras 
09/12/2019
REUTERS/Sergio Moraes
Roberto Castello Branco, CEO da Petrobras 09/12/2019 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Ele lembrou que o setor de etanol havia reivindicado um aumento do tributo Cide na gasolina, para deixar o etanol mais competitivo durante a crise de demanda que abateu a indústria de combustíveis por conta das medidas de isolamento para combater o coronavírus.

Mas, com a alta dos preços da Petrobras, que elevou as cotações em quatro oportunidades durante maio --um aumento acumulado no mês de 45%, em linha com as cotações do petróleo Brent (+40%)--, as forças mercadológicas atuaram, destacou o executivo.

"O mercado rapidamente fez um trabalho que alguns queriam que o governo fizesse, os preços da gasolina reagiram a partir do final de abril e a alta mais do que compensou o imposto que muitos empresários advogavam...para tornar competitivo o etanol frente à gasolina", disse Castello Branco.

O comentário foi feito durante uma videoconferência promovida pela FGV Energia, quando o executivo foi questionado sobre o que deveria ser aperfeiçoado na indústria do Brasil.

"Neste sentido, o Brasil precisa melhorar muito, precisa ter uma abertura maior a investimentos, para poder explorar efetivamente as riquezas que possuímos...", destacou.

A alta da Cide foi negada no início de maio pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que sua política "é de não aumentar imposto", ao ser questionado sobre o assunto.

Diante da negativa, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) vem buscando outras formas de apoio governamental, como um programa para financiamento dos estoques, para limitar o impacto negativo da queda na demanda aos preços.

Em nota nesta segunda-feira, ao comentar a queda no consumo de combustíveis, a Unica disse que a criação de uma linha de financiamento usando os estoques como garantia seria uma solução de mercado que poderia evitar o agravamento da situação financeira do setor.

As vendas totais de combustíveis no Brasil caíram 6,5% no primeiro quadrimestre, com o etanol hidratado recuando no mesmo período mais de 11%, mais do que a redução de 9,5% vista no mercado de gasolina, segundo dados da reguladora ANP.

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