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Luciano Mestrich explica como a IA deve remodelar a incorporação imobiliária até 2030

Empresário do setor cita os modelos preditivos e as novas ferramentas de IA como o futuro da tomada de decisões na incorporação imobiliária

17 nov 2025 - 16h04
(atualizado em 17/11/2025 às 17h11)
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Foto: Freepik

A adoção de inteligência artificial no mercado imobiliário, antes concentrada em atendimento e gestão de leads, começou recentemente a migrar para a etapa mais estratégica do setor: a incorporação. Estudos recentes da JLL mostram que modelos analíticos baseados em IA devem influenciar desde a concepção do projeto até sua operação, criando um ciclo mais integrado de decisões.

Relatório global da HTF Research indica que o mercado de IA aplicada ao real estate pode crescer a taxas anuais superiores a 20% até 2030, impulsionado principalmente por soluções de análise preditiva, big data e automação operacional.

No Brasil, o movimento ainda é inicial: levantamento da Brain Inteligência Estratégica para a ABRAINC aponta que apenas 19% das empresas utilizam IA em etapas relevantes do processo imobiliário, índice bem abaixo da média de 85% registrada nos EUA.

Para Luciano Mestrich, profissional com 28 anos de experiência em finanças, governança e gestão de ativos imobiliários, esse tipo de ferramenta deve reduzir erros estratégicos e encurtar o ciclo de avaliação de terrenos.

“O setor tende a migrar para decisões mais apoiadas em dados e menos em interpretações subjetivas. A IA permitirá simulações de cenários em segundos, algo que hoje demanda semanas de análise”, afirma.

Decisão de compra deve mudar

A principal transformação prevista é a migração do “feeling do incorporador” para modelos de análise preditiva. Os algoritmos já conseguem cruzar indicadores como:

histórico de preço por m²,

demografia e perfil socioeconômico da região,

fluxo de mobilidade urbana,

projeções macroeconômicas,

índices de absorção e velocidade de vendas.

Projetos mais eficientes e sustentáveis

Além da avaliação, a IA deve ganhar espaço na elaboração do produto. Sistemas generativos e simulações automatizadas permitem testar variações de plantas, materiais, volumetria e custo de obra com rapidez. 

A combinação de IA com IoT e BIM pode reduzir desperdícios em até 20% em determinadas tipologias construtivas, ao prever gargalos, falhas estruturais ou impactos ambientais ainda na fase de projeto.

Precificação dinâmica e previsibilidade de vendas

Estudos internacionais mostram que algoritmos de precificação dinâmica, já comuns no varejo e no setor hoteleiro, começam a ser utilizados nos lançamentos imobiliários. A tecnologia ajusta valores conforme comportamento do consumidor, índices econômicos e concorrência imediata.

Para Mestrich, esse movimento deve ganhar força no Brasil até o fim da década:

“A precificação baseada em IA reduz a assimetria de informações e tende a aumentar a precisão das projeções de receita, algo crítico para incorporadoras que operam com margens apertadas e ciclos longos”, diz.

Governança baseada em dados

As incorporadoras que adotarem IA de forma ampla devem alterar também sua governança interna. Dashboards automatizados, previstos por consultorias internacionais, integrarão:

projeção de fluxo de caixa,

risco de obra,

análise de crédito de compradores,

indicadores macroeconômicos atualizados,

estimativas de retorno por projeto.

A tecnologia permitiria ajustar estratégias de venda, ritmo de obra e até estruturação financeira conforme mudanças de mercado.

Desafios para o setor

Embora os ganhos potenciais sejam expressivos, a incorporação imobiliária enfrenta barreiras significativas para adoção ampla de IA:

qualidade dos dados, ainda fragmentados entre consultorias, cartórios, portais e bases públicas;

custo de implementação, especialmente para empresas de médio porte;

escassez de profissionais que combinem conhecimento em dados, finanças e construção;

questões regulatórias e de privacidade, especialmente após a consolidação da LGPD.

Transformação em curso até 2030

Apesar dos desafios, a expectativa é que a IA seja incorporada à rotina operacional do setor até 2030. Para Luciano Mestrich, o impacto será semelhante ao surgimento do BIM décadas atrás:

“A inteligência artificial deve se tornar um componente estrutural da incorporação imobiliária. Quem conseguir integrar dados, governança e tecnologia poderá operar de forma mais eficiente e previsível”, conclui.

Foto: Reprodução

Quem é Luciano Mestrich Motta?

Luciano Mestrich Motta é especialista em finanças corporativas, governança e gestão de ativos, com 28 anos de atuação no mercado. Iniciou sua carreira na auditoria financeira, incluindo passagem pela Arthur Andersen, onde desenvolveu base técnica em avaliação, controles e processos. 

Atuou também em family offices, contribuindo para a estruturação e valorização de portfólios imobiliários e financeiros por meio de modelos de governança e análise estratégica. Mestrich ocupou a presidência executiva de uma das maiores holdings empresariais do país, participando de operações relevantes como a venda de ativos industriais e energéticos, além do IPO de uma companhia do setor de cimento. 

Sua trajetória combina experiência em gestão, tomada de decisão baseada em dados e participação direta em processos de transformação corporativa ligados ao mercado imobiliário.

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