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Líder do governo na Câmara vê clima 'favorável' para aprovação da reforma

Segundo Major Vitor Hugo, é difícil prever um cronograma de apresentação do relatório na comissão especial

8 jun 2019 - 18h58
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O líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse neste sábado, 8, que vem aumentado a aceitação da reforma da Previdência pelos parlamentares e que há um clima "muito favorável" para sua aprovação. Ele não soube dizer, porém, quantos votos o governo já tem na Casa.

"O que a gente consegue sentir já é vários partidos declarando apoio à (proposta de reforma da) Previdência, vários deputados se manifestando nas redes sociais, levantamentos da imprensa e manifestações dos técnicos e da própria sociedade. Existe um clima muito favorável", afirmou a jornalistas após participar de reunião com o presidente, Jair Bolsonaro, no Palácio do Alvorada.

Segundo ele, é difícil prever um cronograma de apresentação do relatório na comissão especial, já que depende de seu relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O tucano passou o sábado em Brasília debatendo a reforma com integrantes da equipe econômica e consultores legislativos da Câmara.

"É sempre difícil falar em cronograma, porque toda vez que ele é frustrado tem uma ansiedade em torno dele. E na verdade o responsável pela apresentação é o próprio relator, com quem a liderança do governo na Câmara tem mantido uma excelente relação", disse o líder do governo na Casa.

Ele negou, contudo, que haja algum ponto específico do relatório que cause preocupação ao governo neste momento. "O Parlamento é soberano para decidir da melhor forma possível e tenho certeza que os aperfeiçoamentos que os 513 deputados e 81 senadores têm a fazer ao texto vão prover a sociedade brasileira de uma Previdência que será mais sustentável, justa e equilibrada para os nossos filhos e netos."

Major Vitor Hugo conversou com Bolsonaro por cerca de uma hora. Além da Previdência, os dois falaram sobre o projeto de lei que autoriza o governo a obter crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para saldar despesas correntes. Há apreensão dentro do governo sobre o prazo, que está apertado.

Se o Congresso não autorizar, o governo pode se ver obrigado a suspender o pagamento de benefícios. Caso contrário, o presidente pode cometer crime de responsabilidade fiscal, passível de impeachment.

"Foi passado só a ideia de que temos que aprovar isso para que o governo consiga honrar compromissos importantes, como o pagamento do BPC, a questão do plano Safra que vai impactar a população brasileira como um todo. Mas temos certeza de que o Parlamento vai aprovar as matérias de interesse, não só do governo, mas do País."

Luciano Bivar

O líder do governo também comentou as acusações de que o presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), teria apresentado à Câmara dos Deputados e ao Tribunal Superior Eleitoral notas fiscais de duas empresas que negociam a venda desse tipo de documento.

"Ainda não houve uma reunião do partido após aflorar essas novas denúncias ou suspeitas, mas isso vai ser tratado no partido ao longo da semana. A gente não tem uma posição ainda neste momento, mas a gente confia que pelo fato de as instituições estarem funcionando normalmente ele vai ter possibilidade de defesa e provar aí sua inocência e o partido vai deliberar nos órgãos competentes para tomar a melhor decisão", disse.

Agenda

O presidente Jair Bolsonaro passou o dia no Palácio da Alvorada, uma das residências oficiais da Presidência. Durante a manhã, recebeu Eurico Filipe de Mello e Costa, que foi secretário parlamentar de seu gabinete e de seu filho Eduardo Bolsonaro.

O presidente também se reuniu com o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e com os advogados Karina Kufa e Antônio de Rueda. Kufa atuou na defesa do presidente durante as eleições e advoga para o PSL nacional. O advogado Antônio de Rueda preside o diretório do PSL de Pernambuco.

Após uma semana movimentada, com idas para Mato Grosso, Goiás, Buenos Aires e Rio de Janeiro, a agenda do presidente para este final de semana não aponta compromissos oficiais.

Estadão
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