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Ibovespa fecha em queda pelo 5º pregão seguido com incerteza sobre juros nos EUA

23 mai 2024 - 17h09
(atualizado às 17h51)
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O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, ampliando a sequência de perdas, com números da economia norte-americana preservando dúvidas -- e um certo desconforto -- acerca do rumo da política monetária dos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,73%, a 124.729,4 pontos, após marcar 124.430,54 pontos na mínima e 125.664,57 pontos na máxima do pregão, o quinto seguido de baixa. O volume financeiro somou 22 bilhões de reais.

De acordo com o analista Matheus Nascimento, da Levante Inside Corp, a bolsa brasileira continua pressionada pela perspectiva de juros altos por mais tempo, principalmente nos EUA, mas também no Brasil, com as últimas revisões para a Selic.

Nos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 215.000 na semana até 18 de maio, ante previsão de 220.000, enquanto a atividade empresarial acelerou em maio ao nível mais alto desde abril de 2022, com os fabricantes relatando alta nos preços de uma série de insumos.

Em meio aos dados, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,4767%, de 4,434% na véspera, enquanto o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,74%, apesar da reação otimista a previsões de receita da Nvidia.

Após as divulgações, os juros futuros nos EUA precificaram um corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros norte-americana pelo Federal Reserve em 2024, provavelmente em setembro ou novembro, de acordo com o aplicativo de probabilidade de taxas da LSEG.

A política monetária norte-americana, destacou a equipe da Rio Bravo Investimentos, tem sido dominante para os ativos globais, e os investidores "não têm tido vida fácil em um cenário de incerteza quanto aos cortes de juros nos EUA", conforme relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.

Para o investidor brasileiro, eles destacaram que cenário internacional já desafiador se tornou ainda mais complexo em razão das complicações do ambiente doméstico, incluindo aumento da desconfiança fiscal e a tragédia climática no Rio Grande do Sul, enquanto "sobram ruídos políticos".

DESTAQUES

- VALE ON caiu 0,6%, acompanhando a queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações da manhã com queda de 1,09%, a 906,5 iuanes (125,13 dólares) a tonelada. No setor, CSN MINERAÇÃO ON fechou em baixa de 2,4%.

- PETROBRAS PN recuou 1%, conforme o petróleo abandonou a alta da manhã e fechou em queda. A sucessão no comando da estatal também permanece no radar, com reunião do conselho de administração da petrolífera prevista para a sexta-feira para analisar a nomeação de Magda Chambriard. Fontes afirmaram à Reuters que o conselho da estatal deve aprovar a indicação de Chambriard, que deve tomar posse como nova presidente-executiva ainda na sexta-feira.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,89% e BRADESCO PN encerrou em queda de 1,68%.

- MRV&CO ON caiu 4,79%, em pregão negativo também para outras construtoras, com o índice do setor imobiliário na B3 encerrando o dia com declínio de 0,98%.

- SUZANO ON valorizou-se 3,68%, encontrando suporte na alta do dólar ante o real para recuperar parte das perdas recentes desencadeadas por notícias sobre interesse da companhia na europeia International Paper. Apenas nas últimas três sessões, os papéis da companhia brasileira caíram 6%.

- MINERVA ON avançou 1,1%, em dia de recuperação, após queda na véspera, em meio à decisão da autoridade concorrencial uruguaia Coprodec na terça-feira de rejeitar um pedido da companhia para a compra de três unidades de abate da Marfrig no país.

- ONCOCLÍNICAS ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 23,49%, após aprovar aumento de capital social da companhia no valor de 1,5 bilhão de reais por meio da subscrição privada de ações ao preço de 13 reais cada.

- DASA ON, que também não pertence ao Ibovespa, saltou 13,69%, ganhando fôlego no final do pregão após reportagem do Valor Econômico de que a Amil propôs para a companhia a fusão de hospitais dos grupos.

- XP ON, que é negociada em Nova York, avançou 2,67% após anunciar programa de recompra de ações ordinárias Classe A de até o equivalente a 1 bilhão de reais, com prazo até o final do ano, atrelado às condições de mercado. Até a véspera, as ações acumulavam em 2024 uma perda de 31%.

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