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Ibovespa cai 2,5% pressionado por bancos e Petrobras; cena eleitoral ainda preocupa

5 jun 2018 - 17h34
(atualizado às 17h37)
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A bolsa paulista fechou com fortes quedas nesta terça-feira, conforme investidores seguem apreensivos com o cenário eleitoral e o ritmo da atividade econômica no país, tendo as ações de bancos entre as principais pressões negativas do Ibovespa na sessão.

Pessoas olham para gráfico de flutuações do mercado na Bovespa, São Paulo, Brasil
09/05/2016
REUTERS/Paulo Whitaker
Pessoas olham para gráfico de flutuações do mercado na Bovespa, São Paulo, Brasil 09/05/2016 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O principal índice de ações da B3 fechou em queda de 2,49 por cento, a 76.641 pontos, perto da mínima da sessão, de 76.412 pontos.

O volume financeiro no pregão alcançou 12,1 bilhões de reais.

"Agora é hora de ficar muito defensivo em bolsa", afirmou o gestor e diretor da Rio Bravo Investimentos, Eduardo Levy, acrescentando que o noticiário dos últimos dois meses tem sido bastante negativo, composto por dados de atividade mais fracos que o esperado e cenário político "extremamente incerto".

Segundo ele, o que mais preocupa é a falta de candidato pró reformas que pareça poder despontar nas eleições. "Há uma preocupação séria do mercado já neste momento, antes mesmo de os candidatos oficalizarem a suas candidaturas", afirmou.

Nesta terça-feira, repercutiu no mercado pesquisa com os pré-candidatos considerados reformistas pelo mercado mostrando desempenho fraco, enquanto nomes de oposição, vistos como 'mais arriscados', ganharam espaço.

Profissionais da área de renda variável também citaram que a bolsa segue fragilizada pela saída de estrangeiros, com maio registrando saldo negativo de 8,4 bilhões de reais e junho começando com saída líquida de quase 1 bilhão de reais.

Levy destacou que o quadro externo está menos favorável a ativos de risco, o que influencia o movimento dos estrangeiros, mas avalia que o "efeito doméstico é maior na precificação dos ativos financeiros neste momento".

O gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, ainda chamou a atenção para o impasse em resolver a questão relacionada aos preços dos combustíveis, "o que acaba pesando em Petrobras, papel com peso relevante no Ibovespa".

No final da manhã, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que não há espaço para subsídio para a gasolina.

No exterior, o índice MSCI de ações de mercados emergentes cedeu 0,27 por cento. Em Wall Street, os principais índices acionários encerraram com leves variações, sem direção única.

DESTAQUES

- BRADESCO PN caiu 4,81 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN recuou 3,1 por cento, pressionados pela piora na percepção sobre os ativos brasileiros em meio às incertezas nos campos político e econômico no país. BANCO DO BRASIL fechou com um tombo de 6,37 por cento.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON cederam 5,36 e 3 por cento, respectivamente, conforme persistem as dúvidas em relação à autonomia da petroleira de controle estatal. Investidores também monitoram notícias sobre a política de preços da companhia e as negociações sobre o acordo de cessão onerosa.

- ELETROBRAS PNB desabou 8,15 por cento, e ELETROBRAS ON caiu 7,81 por cento, após decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região suspendendo o processo de privatização de distribuidoras de eletricidade da companhia que atuam no Norte e Nordeste.

- VIA VAREJO UNIT despencou 7,99 por cento, em sessão negativa para o setor de consumo como um todo.

- VALE subiu 2,3 por cento, em meio à alta do preço do minério de ferro à vista na China.

- GERDAU PN valorizou-se 1,76 por cento, tendo como pano de fundo um relatório do Morgan Stanley elevando a classificação das ações para 'overweight', com preço-alvo de 19 reais ante 18,3 reais anteriormente. O papel fechou a segunda-feira a 15,87 reais.

- BRF fechou em alta de 0,74 por cento, mas chegou a valorizar-se 4,76 por cento, na máxima da sessão, após notícias sobre uma eventual fusão com Minerva, que não está no Ibovespa e encerrou o dia com elevação de 4,58 por cento, também longe da máxima, quando subiu 9,67 por cento. Procuradas pela Reuters, a BRF não tinha comentários imediatos, enquanto Minerva disse que não comentava rumores de mercado.

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