IBGE: motoristas e entregadores de app ganham em média R$ 2.996 e trabalham mais de 40h
Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços em 2024
Em 2024, o Brasil registrou 1,7 milhão de trabalhadores em plataformas digitais, com renda média de R$ 2.996 e jornadas acima de 40 horas semanais, representando 1,9% da população ocupada no setor privado, segundo o IBGE.
Motoristas e entregadores que trabalham em plataformas e aplicativos digitais de serviços ganham, em média, dois salários mínimos e têm jornadas acima de 40 horas semanais. Isso é o que mostram os dados do PNAD Contínua: Trabalho por Meio de Plataformas Digitais 2024, divulgado nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo a pesquisa, o rendimento médio no trabalho principal dos trabalhadores de aplicativos, chamado na pesquisa de "trabalhadores plataformizados", era 4,2% superior ao rendimento médio dos demais ocupados do setor privado. Por outro lado, a jornada de trabalho semanal dos plataformizados foi 5,5 horas mais extensa que a dos demais ocupados.
Em 2024, os trabalhadores plataformizados tinham uma renda média mensal real de R$ 2.996 (pouco mais de dois salários mínimos), com uma jornada semanal média de 44,8 horas. Já os demais trabalhadores do setor privado, os não plataformizados, tinham uma renda média mensal real de R$ 2.875,00, mas com uma jornada média de 39,3 horas semanais.
Mesmo com um rendimento maior ao final do mês, o levantamento constatou que os trabalhadores de aplicativos ganhavam menos por hora de serviço. Ao analisar o rendimento médio por hora trabalhada verifica-se que os trabalhadores plataformizados (R$ 15,4/hora) registraram um rendimento-hora 8,3% inferior ao dos não plataformizados (R$ 16,8/hora)
Número de trabalhadores
No 3º trimestre de 2024, o Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços (transporte de pessoas, entrega de comida e produtos, serviços gerais ou profissionais). Esse número representava 1,9% da população ocupada no setor privado, que chegava a 88,5 milhões, no período.
Segundo o IBGE, entre 2022 e 2024, houve crescimento de 25,4% de trabalhadores por aplicativo. O número de trabalhadores teve um salto de 1,319 milhão em 2022 para 1,654 milhão em 2024, um aumento de 335 mil trabalhadores.
Do total de plataformizados, a maioria exercia o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, incluindo os aplicativos voltados para taxistas e os aplicativos diferentes de táxi.
Dentre todos os plataformizados, 878 mil relataram atuação como motorista por aplicativo de transporte particular de passageiros; 485 mil trabalharam como entregadores via aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; 294 mil atuaram via aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais; e 228 mil reportaram terem trabalhado via aplicativo de táxi.
Dos 485 mil trabalhadores plataformizados que utilizaram aplicativos de entrega, 274 mil eram entregadores e 211 mil tinham outras ocupações, destacando-se, entre estes últimos, as pessoas que exploravam o seu próprio negócio em atividades de comércio e de serviços de alimentação e usavam esses aplicativos no trabalho para captar clientes e realizar vendas.