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G20 defende livre comércio e EUA prometem defender o interesse nacional

19 mar 2018 - 18h57
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Os líderes financeiros do mundo procuraram apoiar o livre comércio nesta segunda-feira, em meio a preocupações com as tarifas norte-americanas sobre o aço e o alumínio, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos disseram que não poderiam sacrificar os interesses nacionais para fazer o sistema funcionar.

Ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, assiste a uma coletiva de imprensa ao lado do ministro do Tesouro da Argentina, Nicolas Dujovne
18/03/2018
REUTERS/Agustin Marcarian - RC1FD575AB00
Ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, assiste a uma coletiva de imprensa ao lado do ministro do Tesouro da Argentina, Nicolas Dujovne 18/03/2018 REUTERS/Agustin Marcarian - RC1FD575AB00
Foto: Reuters

Ministros das Finanças e banqueiros centrais das 20 maiores economias do mundo estão reunidos em Buenos Aires para discutir as perspectivas econômicas globais, fluxo de capital, criptomoedas, como bitcoin, e como impedir a evasão fiscal das empresas.

Mas desde a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 8 de março, de impor tarifas de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio, o comércio se tornou o ponto focal da reunião.

"Estou seriamente preocupado que o pilar da nossa prosperidade - o livre comércio - esteja sendo colocado em risco", disse o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, ao jornal alemão Bild.

"O protecionismo não é a resposta para as dificuldades do nosso tempo. A situação é séria", disse ele, acrescentando que seria cauteloso sobre se referir a uma guerra comercial.

Mas o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, insistiu em dar ênfase ao "livre comércio em termos recíprocos" do governo Trump.

"Não há dúvida de que o secretário representa a visão fortíssima do presidente de que acreditamos no livre comércio", disse uma autoridade dos EUA a repórteres.

"Mas o ambiente em que estamos agora, onde a expectativa é de que a América subordina totalmente seus interesses nacionais para que o sistema de livre comércio funcione, é apenas um ambiente que não aceitamos. Então, temos sido muito claros, acreditamos no livre comércio em termos recíprocos que leva a relações comerciais mais equilibradas", disse ele.

Neste domingo, Scholz disse que tentará dissuadir Washington de impor as tarifas de aço e alumínio, que entram em vigor em 23 de março.

Outras figuras da reunião do G20, que será concluída nesta terça-feira com um comunicado conjunto, compartilham da preocupação da Alemanha.

"Há um entendimento sólido entre a comunidade global de que o livre comércio é importante", disse Haruhiko Kuroda, presidente do banco central do Japão, a repórteres ao chegar para as negociações.

As tarifas de aço e alumínio dos EUA aumentaram o alarme entre os parceiros comerciais de que Trump está levando em frente suas ameaças de desmontar o sistema de comércio baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio em favor de ações unilaterais dos EUA.

Muitos aliados dos EUA, incluindo a União Europeia, procuraram as mesmas isenções que Trump concedeu aos vizinhos norte-americanos Canadá e México, com alguns dos ministros do G20 levantando a questão com Mnuchin.

Depois de se reunir com o secretário de comércio dos EUA, Wilbur Ross, em Washington, o ministro da economia alemão, Peter Altmaier, disse que ele e Ross concordaram que as conversas entre EUA e UE sobre as tarifas deveriam ser intensificadas.

"Estamos convencidos de que o livre comércio é a melhor solução para garantir o bem-estar de nossos povos. Queremos que o comércio mundial permaneça justo e livre de medidas de dumping", disse Altmaier.

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