Focus: mercado mantém projeção de inflação, juros e PIB para 2025
Mediana para o IPCA no ano permaneceu em 5,65%, após 19 semanas seguidas de alta; economistas esperam Selic a 15% no fim de 2025 e crescimento de 2,01% da economia brasileira
BRASÍLIA - A mediana do relatório Focus para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2025 permaneceu em 5,65%, após 19 semanas seguidas de alta. Ela continua 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta do Banco Central, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,51%. Considerando só as 49 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana caiu de 5,66% para 5,61%. O IPCA é usado como índice oficial da inflação no Brasil.
A partir deste ano, a meta perseguida pelo BC passa a ser contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
Na ata da sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o cenário para a inflação de curto prazo é adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industriais são pressionados pelo câmbio.
"Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos", disse o BC.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 se estabilizou em 4,40%, após nove semanas seguidas de alta. Um mês antes, estava em 4,28%. Considerando somente as 49 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção oscilou de 4,36% para 4,40%.
O Copom aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 12,25% para 13,25%, na reunião de janeiro. E voltou a sinalizar que vai elevar os juros em mais 1 ponto, a 14,25%, no encontro de março.
O horizonte relevante do BC é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência. A projeção para o IPCA de 2025 é de 5,2%. O balanço de riscos do comitê está assimétrico para cima.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0%. Quatro semanas antes, estava em 3,90%. A projeção para o IPCA de 2028 caiu pela segunda semana seguida, de 3,79% para 3,75%. Um mês antes, era de 3,74%.
Taxa de juros
A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,0%, estável há oito semanas. Considerando apenas as 41 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.
A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela quinta semana consecutiva. Considerando somente as 39 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também permaneceu em 12,50%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50%. Quatro semanas antes, era de 10,38%. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela décima semana consecutiva.
Na ata da reunião de janeiro, o Copom afirmou que a sua decisão foi "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante."
Alta do PIB
Já a mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 se manteve em 2,01% pela segunda semana seguida. Um mês antes, era de 2,06%. Considerando somente as 39 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 2,0% para 2,01%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o PIB do quarto trimestre de 2024 na próxima sexta-feira. A mediana da pesquisa Projeções Broadcast indica alta de 0,4% no período, na comparação com o terceiro trimestre. No acumulado de 2024, a expectativa é de crescimento de 3,5%.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 permaneceu em 1,70%. Quatro semanas atrás, era de 1,72%. Considerando só as 30 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, caiu de 1,70% para 1,65%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de 1,96%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável pela 51ª semana seguida, em 2,0%.
O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 3,5% em 2024 e 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).