Com dívida de R$ 1,6 bi, Abril pede recuperação judicial
Há cerca de três semanas, a consultoria americana Alvarez & Marsal assumiu o comando do negócio
O Grupo Abril, depois de realizar uma forte reestruturação de seus ativos na semana passada, com o encerramento de revistas e um enxugamento de funcionários que deverá atingir um total de 800 vagas, protocolou pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (15).
A companhia tem uma dívida total de aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Há cerca de três semanas, a consultoria americana Alvarez & Marsal assumiu o comando do dia a dia da companhia.
Entre os títulos encerrados dentro da reestruturação anunciada na semana passada estão revistas femininas, como Elle e Cosmopolitan, e dedicadas ao setor de decoração, como Casa Claudia, Arquitetura e Minha Casa. A Boa Forma também deixará de circular.
Os 15 títulos que continuam a existir, entre revistas impressas e sites, são: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Cláudia, Saúde, SuperInteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, M de Mulher, Vip e Placar.
Abril está em processo de reestruturação
A Abril vem em um processo de reestruturação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividamento do grupo. O prejuízo da empresa no ano passado foi superior a R$ 330 milhões, de acordo com relatório da PriceWaterhouseCoopers. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para reduzir custos.
Conhecida por assumir negócios em dificuldades, como a Casa & Vídeo e a Brasil Pharma (negócio de farmácias do BTG), a Alvarez & Marsal colocou um executivo próprio - Marcos Haaland - como presidente da Abril, há cerca de duas semanas.
Com a entrada de Haaland, Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, deixou a presidência do grupo. Ele havia assumido o comando da companhia em março deste ano, após duas trocas de liderança em quatro meses.