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Dólar tem leve alta com "efeito Petrobras" se sobrepondo a dados favoráveis dos EUA

15 mai 2024 - 17h09
(atualizado às 17h21)
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Por Fabricio de Castro

Notas de dólar
08/02/2021. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
Notas de dólar 08/02/2021. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
Foto: Reuters

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista fechou a quarta-feira em leve alta, com preocupações sobre a ingerência política na Petrobras impulsionando as cotações, por um lado, e os dados favoráveis de inflação nos Estados Unidos retirando parte da pressão sobre a moeda norte-americana, por outro.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1368 reais na venda, em leve alta de 0,13%. Em maio, porém, a divisa acumula queda de 1,08%.

Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,17%, a 5,1415 reais na venda.

No início da sessão, o dólar à vista passou por forte pressão de alta, repercutindo as notícias, da véspera, sobre a demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras. No geral, a avaliação foi de que a saída de Prates representa uma ingerência política sobre a estatal, o que é malvisto pelo mercado.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação máxima de 5,1711 reais (+0,80%) às 9h01.

"O mercado sempre se estressa em algum grau com qualquer tipo de possibilidade de intervenção do governo na economia. Então tivemos uma movimentação mais forte no dólar (ante o real), ainda que o DXY (índice do dólar) não estivesse tão forte no exterior", comentou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

A pressão de alta trazida pela Petrobras, no entanto, foi em parte compensada pelos dados de inflação divulgados nos EUA.

Às 9h30, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em abril, depois de avançar 0,4% em março e fevereiro. Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 3,4%, ante 3,5% em março. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,4% no mês e de 3,4% no comparativo anual.

Os números reforçaram as apostas de que o Federal Reserve terá espaço para efetuar dois cortes de sua taxa básica ainda em 2024, o que trouxe alívio para a curva de juros norte-americana e colocou o dólar em baixa ante todas as demais divisas.

"Com a ingerência política na Petrobras, o mercado deu uma estressada. O contraponto foi o cenário externo, com o dólar caindo lá fora após o CPI", comentou durante a tarde Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

Às 12h34, no auge do impulso baixista, o dólar à vista marcou a mínima de 5,1213 reais (-0,17%).

Durante a tarde, a moeda norte-americana voltou a registrar leves ganhos ante o real, sugerindo que o desconforto com a condução da Petrobras pelo governo ainda não havia sido superado. Prova disso é que no fim da tarde o real era a única divisa, entre as negociadas nos mercados globais, que perdia valor ante o dólar - todas as demais subiam sob a influência positiva do CPI.

Às 17h09, o índice do dólar - que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -caía 0,69%, a 104,320.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 357 milhões de dólares em maio até o dia 10, com saídas líquidas de 617 milhões de dólares pela via financeira e entradas de 260 milhões de dólares pelo canal comercial.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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