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Dólar supera R$4,22 e caminha para novo recorde histórico atento a BC e exterior

19 nov 2019 - 09h12
(atualizado às 12h36)
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O dólar voltava a subir frente ao real nesta terça-feira, superando 4,22 reais e a caminho de novo recorde histórico para um fechamento, conforme o mercado analisava o cenário para fluxos até o fim do ano e a postura do Banco Central diante da série de valorização da moeda.

14/10/2015
REUTERS/Guadalupe Pardo
14/10/2015 REUTERS/Guadalupe Pardo
Foto: Reuters

Às 12:32, o dólar avançava 0,22%, a 4,2155 reais na venda. Na máxima, foi aos 4,2203 reais na venda (+0,34%), e desceu a 4,1870 reais na mínima do dia (-0,45%).

O dólar à vista fechou numa máxima recorde de 4,2061 reais na venda na segunda-feira, com alta de 0,30%, em meio ao pessimismo sobre um acordo preliminar entre EUA e China.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez registrava variação negativa de 0,02%, a 4,2175 reais.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atribuiu nesta terça-feira parte da valorização do dólar à queda da curva longa de juros, o que, segundo ele, faz com que algumas empresas optem por carregar dívida local em vez de externa.

Campos Neto destacou que o que importa para o BC é como o câmbio afeta a inflação, o que, de acordo com ele, ainda não ocorreu, mas se acontecer "é outra história".

O BC anunciou há pouco que ofertará até 785 milhões de dólares em moeda spot na quinta-feira, dia em que também disponibilizará até 15.700 contrato de swap cambial reverso e também 15.700 contratos de swap tradicional para rolagem do vencimento janeiro 2020.

Mais cedo, o BC havia cancelado operações anunciadas para esta terça, devido ao feriado de quarta-feira em São Paulo pelo Dia da Consciência Negra. O BC comunicou ainda que na quarta-feira não haverá oferta simultânea de dólar à vista e de contratos de swaps. "Os volumes que seriam ofertados nesses dias serão distribuídos nos demais dias úteis do mês", disse.

A retórica comercial, responsável pela alta do dia anterior, era mais uma vez o centro das atenções nos mercados, com os investidores à espera de novos acontecimentos na prolongada disputa entre as duas maiores economias do mundo.

"Essa incerteza em relação ao futuro e as várias estimativas mostrando o menor crescimento da economia global devido à disputa pioraram o sentimento", explicou Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset.

Com o dólar em níveis recordes, as atenções também se voltam para o Banco Central, com investidores em busca de pistas sobre sua atuação frente à superação dos 4,20 reais, considerado por muitos como um patamar de resistência da moeda.

Para Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, ainda não há expectativas de atuação do BC, já que o real apenas seguiu o movimento de outras moedas emergentes no decorrer das últimas sessões.

"O que faz sentido em relação a uma atuação do BC mais agressiva é quando o real não está seguindo outras moedas vizinhas", disse. "A gente tem que esperar pra entender se essa alta é um movimento que veio para ficar. O que dá a entender é que ainda está em linha com outras emergentes."

Nesta terça-feira, contudo, o real estava entre os destaques negativos nos mercados globais de câmbio, enquanto lira turca, dólar australiano e peso colombiano se apreciavam.

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