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'Subsídio não é demônio; olha o que o companheiro Biden está fazendo', diz diretor do BNDES

Ex-ministro da Fazenda e atual diretor de Planejamento do banco, Nelson Barbosa afirma que instituição não vai mais repetir exageros cometidos em outros governos petistas

26 set 2023 - 18h26
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O ex-ministro da Fazenda e atual diretor de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, disse nesta terça-feira, 26, que a instituição não vai mais repetir os exageros, cometidos em outros governos petistas, que geraram críticas aos financiamentos subsidiados. Ele frisou, no entanto, que os subsídios não podem ser demonizados.

Ao participar do fórum realizado pelo centro de estudos sobre novo desenvolvimento da Fundação Getulio Vargas (FGV), Barbosa fez uma avaliação dos motivos que levaram ao fim da TJLP, que era a taxa de referência de empréstimos financiados, e a criação da TLP, mais próxima da taxa de mercado. Segundo o diretor do BNDES, o subsídio da TJLP ficou muito grande, a ponto de não se justificar.

Como exemplo, lembrou que o BNDES chegou a emprestar a 2,5% ao ano para alguns empresários comprarem aviões. "Isso não é papel de banco público. A crítica tem de ser recebida, aceita e respondida. Isso não acontece mais e não vai acontecer mais", declarou o diretor do banco.

"Agora, isso não quer dizer que subsídio é um demônio, que deu subsídio e virou Venezuela. Olha o que o companheiro Biden (Joe Biden, presidente dos EUA) está fazendo nos Estados Unidos, olha o que os europeus estão fazendo na Europa", emendou Barbosa.

A estratégia do banco agora, disse, é resgatar o instrumento de subsídio "como tem de ser feito", com prestação de contas, transparência, análise da eficiência e tanto valor quanto prazos definidos. "Algumas coisas vão dar errado, outras vão dar certo, faz parte do jogo."

Barbosa também dedicou a sua apresentação no fórum da FGV para rebater o que chamou de mitos. Entre eles, a crítica de que o BNDES reduz substancialmente a eficiência da política monetária. Segundo ele, a atualização de estudos econométricos revelou impacto mínimo ou praticamente nulo da atuação do banco no trabalho do Banco Central (BC) no controle da inflação.

"É possível? É. O que as evidências econométricas dizem é que, nos últimos anos, o impacto é muito pequeno ou quase nulo sobre as taxas de juros do mercado."

Mais uma vez, Barbosa frisou que nem todo crédito direcionado é crédito subsidiado. Também refutou a narrativa de que crescimento do mercado de capitais compensou a diminuição dos financiamentos do BNDES nos últimos anos. "Não substituiu integralmente", assegurou.

Em relação à crítica de que o BNDES privilegia grandes empresas, o diretor respondeu que o banco, por meio de repasses a cooperativas e bancos médios, contribui para reduzir a concentração da oferta de crédito, ampliando o acesso de pequenas e médias empresas aos financiamentos de curto e longo prazo.

Estadão
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