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Compra da Gol pela Azul ameaça os passageiros

25 mar 2024 - 12h22
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O que representaria a compra da Gol pela Azul para o consumidor? Pela lei da oferta e da procura, as passagens ficarão mais caras e teremos voos com mais conexões. A Gol, que começou sua história vendendo passagens mais em conta, hoje não oferece ofertas tão mais baratas assim, mas se tivermos somente duas grandes companhias aéreas - Azul e Latam -, essas duas empresas aéreas terão domínio ainda maior do mercado.

O ideal seria que outra companhia, que não fosse Azul e Latam, comprasse a Gol, para evitar o duopólio. Além disso, quando um concorrente compra uma empresa, costuma demitir muito profissionais, reduzir serviços, dentre outras providências para lucrar mais. Ou até mesmo comprar para fechar, como a Gol fez com a Varig e com a Webjet.

A Varig tinha uma dívida imensa, mas defendia ter grande valores a receber por conta do congelamento de preços no Plano Cruzado, em 1986. E tanto tinha, mesmo, que o atual governo federal anunciou recentemente acordo para pagar R$ 4,7 bilhões à massa falida da Varig. Como o presidente, em 2006, quando foi decretada a falência da Varig, também era Luiz Inácio Lula da Silva, cabe a pergunta: por que não fez esse acordo à época, talvez evitando a falência?

Seria bem melhor pagar para que uma grande companhia não quebrasse do que para uma massa falida. Mas, enfim, isso não ocorreu, e agora a Gol está em situação difícil, tendo entrada com pedido de recuperação judicial (equivalente à antiga concordata), nos Estados Unidos. A dívida da Gol é estimada em R$ 20 bilhões.

O mercado aéreo brasileiro cada vez é servido por menos empresas. Além da Varig, fecharam, ao longo das décadas, Vasp (fundada em 1933 e estatizada dois anos depois); Panair; Transbrasil; Cruzeiro; Avianca; BRA, dentre outras.

Por que isso acontece? As empresas reclamam dos custos dos insumos, principalmente do querosene de aviação. Os passageiros, dos preços das passagens. E talvez por isso, e por muitas outras questões, o Brasil é um país com dimensões continentais em que, de vez em quando, as empresas aéreas deixam de operar.

Estadão
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