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Com ameaça de deslistagem em bolsas dos Estados Unidos, ações de empresas chinesas registram queda

Fonte ligada à Casa Branca afirmou nesta sexta-feira que guerra comercial pode chegar a companhias da China que estão no mercado de ações americano; ações do Alibaba caíram ao menor nível em seis semanas

27 set 2019 - 16h29
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O governo dos Estados Unidos pode retirar empresas da China das bolsas de valores americanas. Com a possibilidade desse novo capítulo na guerra comercial entre os dois países, ações de companhias chinesas registraram forte queda no pregão da tarde desta sexta-feira, 27. A suposta deslistagem foi confirmada à Reuters por uma fonte ligada à Casa Branca.

Em fevereiro, havia 156 empresas chinesas listadas no Nasdaq e na Bolsa de Valores de Nova York, de acordo com dados do governo dos Estados Unidos, incluindo pelo menos 11 empresas estatais. As ações do Alibaba atingiram o nível mais baixo em seis semanas nesta sexta-feira e caíram para US$ 163,15. Houve, porém, uma leve recuperação e as ações chegaram a ser negociadas por US$ 165,65.

A JD.com caía 6,36%, chegando ao valor de US$ 27,70, enquanto a Baidu recuou 3,82% e chegou a US$ 101,06. Provedores de índices em que essas ações estão hospedadas também perderam terreno, com a MSCI Inc caindo 4,1%, no ritmo de seu maior declínio percentual em um dia desde 5 de agosto, enquanto o S&P Global Inc tinha queda de 3,49%.

O anúncio também impactou no câmbio e o iuan chinês recuou 0,4% contra o dólar no mercado 'offshore'. Com isso, a negociação da moeda chegou em seu nível mais fraco contra a moeda norte-americana em cerca de três semanas.

Retirada de empresas chinesas das bolsas de valores dos Estados Unidos

A retirada das empresas chinesas das bolsas americanas representa uma escalada das tensões comerciais entre Washington e Pequim. De acordo com a fonte ouvida pela Reuters, a medida seria parte de um esforço mais amplo para limitar os investimentos dos EUA na China, confirmando um relatório anterior da Bloomberg que enviou ondas de choque pelos mercados financeiros.

Os mecanismos exatos de como excluir as empresas ainda estavam para ser elaborados e qualquer plano está sujeito à aprovação do presidente Donald Trump, que deu sinal verde à discussão, afirmou a Bloomberg, citando uma pessoa próxima das deliberações.

As autoridades também estão examinando como os Estados Unidos podem colocar limites às empresas chinesas incluídas nos índices de ações gerenciadas por empresas americanas, embora não esteja claro como isso seria feito, disse a agência, citando três fontes.

Um grupo bipartidário de legisladores dos Estados Unidos apresentou em junho um projeto de lei para forçar as empresas chinesas listadas nas bolsas de valores norte-americanas a se submeterem a uma supervisão regulatória, incluindo o fornecimento de acesso a auditorias, sob risco de expulsão das listas.

As autoridades chinesas relutam há muito tempo em permitir que reguladores estrangeiros inspecionem empresas de contabilidade locais -incluindo empresas membros das 'Big Four' consultorias internacionais de contabilidade- citando preocupações de segurança nacional. / Reuters

Estadão
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