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'Brasil precisa defender seus interesses e isso passa pela China', diz chefe de câmara chinesa

Charles Tang afirma que acusações do conselheiro de Segurança dos EUA, Robert O'Brien, de que, se Brasil escolher a Huawei para o 5G no País, dados do governo e de empresas poderão ser "decifrados" pelos chineses, "são ridículas"

20 out 2020 - 17h13
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Com a pressão dos Estados Unidados para que o Brasil não escolha a Huawei para fornecer a estrutura para a rede 5G no País, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, afirmou que o Brasil precisa defender seus interesses nacionais e isso passa por manter uma boa relação com os asiáticos. "A China é o maior parceiro comercial do Brasil, somados aos empréstimos à Petrobrás, investimentos, o interesse nacional do Brasil é a China", afirmou nesta terça-feira, 20.

Ele ressaltou que relação comercial da China com o Brasil vai além da importação da produção agrícola e inclui empréstimos, como o feito pelo Banco de Desenvolvimento da China em 2017 para a Petrobrás, no valor de US$ 5 bilhões.

Em visita ao Brasil, o conselheiro de Segurança dos EUA, Robert O'Brien, disse na segunda-feira, 19, que, se o Brasil escolher a empresa asiática, dados do governo federal e de empresas brasileiras poderão "ser decifrados" pelos chineses. Para Charles Tang, "as acusações são ridículas".

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang
Foto: Divulgação / Estadão

O presidente da Câmara de Comércio afirmou que nunca se provou que produtos da Huawei são utilizados para espionagem. "Nunca ninguém conseguiu provar que o 5g da Huawei é espião. Uma grande parte de todos os equipamentos de 4G do mundo usa rede da Huawei e nunca ninguém teve problema com a China coletando dados. Já tem um bom tempo que o 4G tem grande parte de equipamentos e tecnologia da Huawei."

Ele diz que os Estados Unidos tentam influenciar o mundo contra a China e afirma que, na administração do republicano Donald Trump, a "competição" travada entre as duas maiores potências econômicas do mundo se tornou uma "confrontação". "Esse atual governo conseguiu transformar a relação EUA-China em uma guerra-fria."

Em tom mais apaziguador, Charles Tang disse que a Câmara de Comércio tem apenas interesse em negócios, e não em temas políticos. "O Brasil deve manter, sim, boa relação com os EUA, que são um grande país com um grande povo. Cresci nos EUA, estudei lá, não tenho nada contra os EUA."

Estadão
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