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Brasil pode retomar status de livre da gripe aviária em 28 dias se não tiver novos casos, diz Fávaro

Governo espera que importadores reduzam os embargos sobre produtos avícolas do País assim que houver a retomada do status de livre da doença

19 mai 2025 - 12h23
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BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil pode retomar o status de livre de gripe aviária se não houver novos casos da doença em 28 dias. O prazo é contabilizado para encerramento do foco pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

O Brasil confirmou seu primeiro foco de gripe aviária no plantel comercial na última sexta-feira, 16, em um matrizeiro de aves em Montenegro (RS).

"O objetivo é restabelecer a normalidade. É importante fazer todo o bloqueio e rastreamento de tudo que saiu da granja onde o foco foi detectado porque, com a inutilização da produção, diminuímos muito o risco de novos casos. Se não houver nenhum novo caso em 28 dias, podemos dizer aos compradores e ao mercado que o País volta ao status de livre de gripe aviária", disse Fávaro a jornalistas ao chegar à pasta nesta segunda.

Segundo Fávaro, investigação de suspeitas de gripe aviária em outras regiões é corriqueira pelo sistema de defesa agropecuária brasileiro
Segundo Fávaro, investigação de suspeitas de gripe aviária em outras regiões é corriqueira pelo sistema de defesa agropecuária brasileiro
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ministro também esclareceu que a investigação de suspeitas da doença é corriqueira pelo sistema de defesa agropecuária brasileiro. "É o rigor do sistema de ser eficiente e transparentes. Com o decreto de emergência zoosanitária, o sistema está mais alerta. Todos os fiscais estão alertas, para qualquer tipo de suspeita. Ao primeiro sintoma de um animal doente, o alerta é colocado no sistema", afirmou Fávaro. "Essa é a maior prova que o sistema está controlando os alertas com transparência. É por isso que o sistema brasileiro é tido como o melhor do mundo e logo voltaremos à normalidade."

Duas suspeitas da doença são investigadas em plantel comercial no País com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo, conforme dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura.

Uma suspeita de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) em granja comercial em Ipumirim, no oeste de Santa Catarina, é investigada pelo Serviço Veterinário Oficial. Outra investigação em curso é sobre uma suspeita em um abatedouro de aves em Aguiarnópolis, no norte de Tocantins. Ambas têm previsão de emissão de laudo ainda nesta segunda, 19.

Até o momento, há um caso confirmado de gripe aviária em granja comercial no País, em Montenegro, conforme dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura. No total, há 164 casos da doença em animais silvestres no País (sendo 160 em aves silvestres e 4 em leões-marinhos), 3 focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e 1 em produção comercial, somando 168 ao todo no País.

A influenza aviária de alta patogenicidade (vírus H5N1) é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do País. Produtores rurais, técnicos, proprietários, prestadores de serviço, pesquisadores e demais envolvidos com a criação de animais devem notificar imediatamente os casos suspeitos da doença ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Embargo sobre frango

O governo brasileiro espera que importadores reduzam os embargos sobre produtos avícolas do País assim que houver a retomada do status de livre da doença.

O prazo de 28 dias para conclusão do foco é contabilizado após a desinfecção do local. "Isso não significa que todos mercados se abrirão imediatamente, pois é normal alguns fazerem questionamentos. À medida que o status sanitário voltar a livre de gripe aviária com segurança, certamente aqueles países que restringem o Brasil como um todo vão reduzir os embargos ao Rio Grande do Sul ou a Montenegro e, gradativamente, o fluxo comercial voltará À normalidade", afirmou Fávaro.

Até o momento, as exportações de frango e derivados de todo o território brasileiro estão suspensas para nove destinos. Estão suspensas temporariamente a exportação de produtos avícolas brasileiros para China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul, conforme levantamento do Ministério da Agricultura.

A lista inclui os países que suspenderam as importações de produtos avícolas do Brasil e para os quais o Brasil interrompeu a certificação das exportações como prevê o acordo sanitário estabelecido com cada país.

O governo brasileiro já está negociando com países importadores de produtos avícolas a flexibilização das suspensões das compras de carne de frango e derivados do Brasil. As negociações já estão em andamento a fim de minimizar os impactos do primeiro foco de gripe aviária em plantel comercial no País sobre a balança comercial do agronegócio brasileiro.

As suspensões são vistas pelo governo como temporárias e cautelares, sendo previstas nos protocolos sanitários acordados entre o Brasil e os países parceiros. A expectativa do governo é que as suspensões possam ser reduzidas e revertidas em embargos regionais, ou seja, restritos ao raio de 10 quilômetros de onde o caso foi detectado, ao município de Montenegro ou ao Estado. O prazo para a flexibilização das suspensões pelos países parceiros vai depender, contudo, da decisão de cada país e do andamento da contenção do foco de gripe aviária.

O Ministério da Agricultura estima que o Brasil pode deixar de exportar de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões em frango e derivados por mês em virtude da suspensão das exportações parcial ou total para alguns destinos.

Estadão
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