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Bolsonaro: "Mudança comigo não é de bagrinho, é de tubarão"

Após indicar novo nome para comandar Petrobras, presidente sinalizou que próxima mudança será de peso

20 fev 2021 - 18h53
(atualizado às 19h07)
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Depois de indicar um novo nome para o comando da Petrobras e avisar que na próxima semana fará novas trocas no governo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sinalizou no período da tarde deste sábado, 20, que a outra mudança citada por ele durante o dia a ser anunciada será de peso e envolverá o seu primeiro escalão. "A gente vai fazendo as coisas, vai mudando, vai melhorando. Eu não tenho medo de mudar, não. Semana que vem deve ter mais mudança aí para... E mudança comigo não é de bagrinho, não, é tubarão", disse a apoiadores após participar de evento militar em Campinas (SP).

'Mudança comigo não é de bagrinho, é de tubarão', diz Bolsonaro
'Mudança comigo não é de bagrinho, é de tubarão', diz Bolsonaro
Foto: Adriano Machado / Reuters

Bolsonaro não disse qual "peixe grande" do governo pode deixar o cargo. No vídeo com a fala do presidente, divulgado por um canal do Youtube, ele é questionado se algum ministro cairá. Ele desconversou e só disse que o questionamento "não foi inteligente".

Pela manhã, o presidente já havia prometido mudanças para a próxima semana, sem entrar em detalhes. "Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem (na Petrobras), semana que vem teremos mais", disse em sua fala durante uma cerimônia militar.

Em outra parte do discurso, disse que não lhe falta "coragem para decidir" e que não deixará passar oportunidade.

Como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou mais cedo, foi só o presidente falar em novas mudanças no governo que os celulares de Brasília começaram a apitar sem parar por causa de trocas de mensagens.

Fontes contaram ao Broadcast que foi a deixa para que as especulações começassem a surgir e que o foco mais forte recai agora sobre o Banco do Brasil.

No início do ano, Bolsonaro se irritou com o presidente do banco, André Brandão, por medidas para reduzir agências e cortar funcionários por meio de uma plano de demissão incentivada. O presidente chegou a pedir a demissão de Brandão, o que teria sido revertido pela equipe econômica.

A ameaça de trocas no governo ocorre após o chefe do Executivo indicar o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco, a quem tem criticado. Os reajustes no preço dos combustíveis anunciados pela estatal pesaram para a decisão do presidente.

Bolsonaro, contudo, nega ter interferido na petrolífera, que teve ações afetadas na sexta-feira, 19, depois de declarações do presidente.

"A Petrobras é uma empresa mista, se cair ou subir as ações, o mercado decide. Eu não interferi na Petrobras", disse ele.

Bolsonaro afirmou esperar mais transparência caso Silva e Luna seja confirmado como novo presidente da companhia. "Pode ter certeza, o general Silva e Luna que está indo agora para a Petrobras, ele vai mostrar tudo isso para nós. Não tínhamos previsibilidade e é um corporativismo enorme que existe nas estatais", ressaltou.

O presidente reforçou ainda que é preciso uma atuação mais incisiva de órgãos do governo para fiscalização da qualidade e preço dos combustíveis.

Para ele, os combustíveis poderiam ser 15% mais baratos no País. A fala também foi dita durante uma live neste sábado com um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). "Há uma indústria bilionária, clandestina dos combustíveis no Brasil", opinou.

Bolsonaro já retornou para Brasília. Ele chegou ao Palácio da Alvorada por volta de 17h20.

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Estadão
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