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BCE defenderá políticas de estímulo anteriores na revisão de sua estratégia

13 mai 2025 - 09h00
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O Banco Central Europeu defenderá sua política agressiva de estímulo da última década em uma revisão de estratégia, evitando os pedidos de autocrítica após um período de inflação alta e perdas consideráveis, disseram à Reuters várias autoridades do BCE.

A revisão, que começou em março, abordará algumas questões importantes sobre a forma como o BCE trabalha, inclusive se as compras maciças de títulos, taxas de juros negativas e orientação sobre a trajetória futura dos juros continuam sendo boas ferramentas.

Conversas com as autoridades do BCE sugerem que o banco central da zona do euro endossará amplamente suas medidas anteriores, fazendo apenas pequenas alterações em um documento de estratégia que foi atualizado pela última vez há quatro anos. Ele fará poucas ou nenhuma crítica às medidas tomadas durante o súbito aumento da inflação observado em 2021-22.

Em particular, o BCE deve manter uma referência à necessidade de uma ação "especialmente enérgica ou persistente" - um sinônimo de afrouxamento quantitativo para a compra de títulos e outras medidas de estímulo - quando a inflação e as taxas de juros estiverem baixas, disseram as fontes. Elas pediram para não serem identificadas porque o trabalho de revisão ainda está em andamento.

Um porta-voz do BCE não quis comentar.

O presidente do banco central da Bélgica, Pierre Wunsch, disse que o BCE deveria discutir a eliminação dessa cláusula. Seu colega holandês Klaas Knot e a alemã Isabel Schnabel, membro do Conselho do BCE, argumentaram que as compras de títulos deveriam ser usadas com mais parcimônia no futuro, alegando que curtos períodos de afrouxamento quantitivo são eficazes, mas que períodos longos se tornam muito caros.

As autoridades receberam um documento preliminar de estratégia em um retiro no Porto em 6 e 7 de maio e fizeram sugestões de possíveis mudanças que serão incorporadas nas próximas semanas, disseram as fontes. É provável que o documento seja finalizado em meados do ano.

No Porto, a equipe do BCE apresentou uma análise sobre os efeitos das políticas de estímulo do banco central, concluindo que esses programas foram benéficos e devem continuar a fazer parte das ferramentas do BCE no futuro.

No entanto, houve um consenso geral de que a chamada "orientação futura" sobre as taxas de juros deveria ser usada de forma parcimoniosa, depois de ter levado o BCE a reagir tarde demais ao aumento da inflação em 2021-22.

As conclusões preliminares da revisão deixaram alguns membros insatisfeitos porque eles esperavam uma retrospectiva mais crítica dessas políticas.

No entanto, as fontes disseram que a discussão foi amistosa, sem divergências abertas, sugerindo que o documento pode ser aprovado por um amplo consenso.

Também é provável que o documento de estratégia diga que o BCE está operando em um ambiente de alta incerteza e reafirme seu compromisso com uma meta de inflação "simétrica" de 2%, o que significa que ficar acima ou abaixo é igualmente indesejável.

Ao criar grandes quantidades de reservas por meio da compra de títulos para evitar a deflação durante uma década de crises, o BCE efetivamente preparou a si mesmo e aos 20 bancos centrais nacionais da zona do euro para perdas quando a inflação e as taxas subissem.

Os bancos centrais do bloco estão pagando atualmente uma taxa de juros de 2,25% sobre cerca de 2,8 trilhões de euros em reservas bancárias.

Embora a obtenção de lucro não seja o objetivo de um banco central, as perdas privam os governos da receita de dividendos, alimentam as críticas ao banco como instituição e correm o risco de acabar corroendo a confiança do público.

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