Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

BC revisa projeção de crescimento do PIB de 2025 de 1,9% para 2,1%

Autarquia também espera que IPCA acumulado em 12 meses continue acima do centro da meta, de 3%, até pelo menos o quarto trimestre de 2027

26 jun 2025 - 09h13
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - O Banco Central (BC) aumentou a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, de 1,9% para 2,1%. Os números constam do Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre, publicado nesta quinta-feira, 26. A previsão está abaixo da mediana do último relatório Focus, de 2,21%.

A mudança incorpora novas projeções para o PIB agropecuário (6,5% para 8,0%), de serviços (1,5% para 1,8%) e industrial (2,2% para 1,9%). Pelo lado da demanda, a autarquia ajustou as previsões para o consumo das famílias (1,5% para 2,1%) e do governo (1,6% para 1,2%), Formação Bruta de Capital Fixo (2,0% para 2,8%), importações (4,0% para 3,5%) e exportações (4,0% para 3,5%).

"Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre. Essa moderação esperada decorre da manutenção de uma política monetária restritiva, do reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção, da perspectiva de moderação do crescimento global e da redução do impulso da agropecuária registrado no primeiro trimestre", citou o BC no RPM.

BC espera IPCA de 4,9% em 2025, de 3,6% em 2026, e de 3,2% em 2027
BC espera IPCA de 4,9% em 2025, de 3,6% em 2026, e de 3,2% em 2027
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

A autoridade monetária destacou que a revisão na projeção de crescimento do PIB contempla uma combinação de fatores. Primeiramente, foram destacadas as surpresas ocorridas no primeiro trimestre, que, de acordo com o BC, embora heterogêneas entre os componentes, resultaram em um desempenho agregado ligeiramente acima do esperado. "Há também, mais uma vez, melhora na perspectiva da produção agrícola, com impacto modesto, mas positivo, no PIB", considerou.

O BC enfatizou também que, no início do segundo trimestre, o mercado de trabalho apresentou aquecimento mais intenso do que o antecipado, reforçando as perspectivas de resiliência do consumo das famílias.

"Adicionalmente, espera-se, ainda que com elevado grau de incerteza, que as recentes mudanças nas regras do crédito consignado para trabalhadores do setor privado tenham algum impacto sobre o consumo e o PIB. Em sentido oposto, a expectativa de menor expansão da economia global contribui para um menor crescimento doméstico", avaliou.

Inflação

O Banco Central atualizou a trajetória esperada para a inflação. A autarquia espera que o IPCA acumulado em 12 meses continue acima do centro da meta, de 3%, até pelo menos o quarto trimestre de 2027 — último período com informações disponíveis.

No cenário de referência, a inflação em 12 meses passa de 5,5%, no primeiro trimestre deste ano, para 5,4% no segundo e terceiro e fecha 2025 em 4,9%. Depois, o IPCA vai para 4,2% no primeiro e segundo trimestres de 2026, e cede para 3,8% no terceiro, e encerra o ano que vem em 3,6%. As projeções para os anos fechados já haviam sido divulgadas no comunicado do dia 18.

O BC espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no primeiro e segundo trimestres de 2027, que se tornará o horizonte relevante da política monetária a partir da próxima reunião do Copom, em 30 de julho. Em seguida, a autarquia estima que o IPCA desacelere a 3,3% no terceiro trimestre e a 3,2% no fim do ano.

Nas aberturas por categorias, o BC espera que a inflação de preços livres acumulada em 12 meses some 5,2% no fim de 2025, 3,4% no fim de 2026, 3,3% no primeiro trimestre de 2027 e de 3,1% no fim daquele ano. A projeção para os preços administrados é de 3,8% este ano, 4,1% no próximo e 3,9% no primeiro trimestre de 2027 e 3,6% no fim do ano.

"Na comparação com o Relatório anterior, as projeções de inflação tiveram leve queda para 2025 e 2026", enfatizou o documento. Para 2026, houve queda das projeções da inflação tanto de preços livres como de administrados.

"Entre os fatores que pressionaram a inflação para cima, destaca-se a atividade econômica mais forte que o esperado, e como fatores baixistas destacam-se a apreciação cambial e a queda do preço do petróleo", considerou, acrescentando que, na comparação com a reunião do Copom em maio, as projeções de inflação nesse horizonte mantiveram-se constantes.

Estouro da meta

O Banco Central diminuiu a sua estimativa da probabilidade de a inflação ficar acima do teto da meta, de 4,50%, em 2025, de 70% para 68%. A probabilidade de o IPCA ficar abaixo do piso, de 1,50%, continuou em zero.

A partir deste ano, a meta de inflação passou a ser contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. O centro da meta continua em 3%, com uma margem de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

A chance de a inflação de 2026 superar o teto da meta foi revista de 28% para 26%, enquanto a probabilidade de ficar abaixo do piso foi mantida em 6%. A autoridade monetária também divulgou, pela primeira vez, as estimativas de chance de estouro em 2027: de 11%, no caso do piso da meta, e de 17%, no caso do teto.

O BC espera IPCA de 4,9% em 2025, de 3,6% em 2026 — horizonte relevante da política monetária — e de 3,2% em 2027.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade