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Banco Central decidiu liquidar Master após anúncio de venda para o Fictor; leia bastidor

Decisão foi tomada pela diretoria colegiada do BC, formada pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores

18 nov 2025 - 09h17
(atualizado às 10h12)
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A decisão do Banco Central anunciada na manhã desta terça-feira, 18, de liquidar extrajudicialmente o Banco Master foi tomada após o anúncio de uma operação de venda da instituição para o Grupo Fictor no fim da tarde de segunda-feira, 17, conforme apurou o Estadão/Broadcast. A medida pôs fim na possibilidade de o acordo que estava sendo costurado no setor privado avançar.

Pela manhã, a Polícia Federal prendeu o dono Master, Daniel Vorcaro, em uma operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a tentativa de venda anterior do banco para o Banco de Brasília (BRB).

Conforme pessoas a par do caso, Vorcaro estaria preocupado com seu futuro e teria tentado costurar a operação para ter a narrativa de que estava tentando resolver o problema que envolve seu banco. O acordo anunciado na segunda, que pegou diferentes agentes do governo de surpresa, teria de passar pelo crivo do BC e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Por isso, a análise feita ao Estadão/Broadcast em relação ao anúncio era que a proposta de compra do Master pelo Fictor deveria ser colocada na categoria das "intenções".

BC determinou a indisponibilidade de bens de Vorcaro, além de outros sócios do Master
BC determinou a indisponibilidade de bens de Vorcaro, além de outros sócios do Master
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado / Estadão

A decisão de liquidar a instituição foi tomada pela diretoria colegiada do BC, formada pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores. Os votos são dados de maneira secreta para evitar vazamentos entre a decisão do comitê e a ação que deve ser tomada na sequência, num caso positivo de decisão pela continuidade dos atos. Pelo regimento da autoridade monetária, coube ao diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, propor a liquidação.

Vorcaro e seus negócios eram vistos na Faria Lima como um mau exemplo. Por isso, desde a primeira negativa do BC para um negócio entre o Master e o BRB foi vista como alívio para vários agentes do mercado financeiro. Muitos aguardavam os atos desta terça-feira — como a decretação da liquidação extrajudicial e a prisão de Vorcaro — já para o dia seguinte daquele momento, o que não ocorreu.

A operação da PF desta terça cumpre cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão. Outro alvo é Augusto Lima, que também é sócio do banco Master. A defesa de Vorcaro não se manifestou.

Nas mesmas decisões, o BC determinou a indisponibilidade de bens de Vorcaro, além de outros sócios do Master (Armando Miguel Gallo Neto e Felipe Wallace Simonsen), e de ex-administradores do banco: Angelo Antonio Ribeiro da Silva e Luiz Antonio Bull. A Master Holding Financeira S.A. e a 133 Investimentos e Participações Ltda. também foram alvo da indisponibilidade de bens.

Sem volta

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a liquidação extrajudicial de quatro empresas do conglomerado Master (Banco Master S.A., Banco Master de Investimentos S.A., Letsbank S.A. e Master S.A. Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários) foi adotada pela percepção de que não haveria volta nos problemas dessas instituições, que sujeitaram credores a riscos e cuja administração violou as normas determinadas pelos órgãos competentes.

Em outra empresa, o Banco Master Múltiplo S.A., o BC optou pelo regime administrativo especial temporária (Raet), com validade de 120 dias. Nesse regime, as atividades da instituição não são suspensas, nem interrompidas. No entanto, os dirigentes perdem os mandatos e são substituídos. A avaliação das autoridades é de que, tanto no caso desse banco, como no do Will Bank, ainda há uma possibilidade de venda. Por isso, não foram sujeitos à liquidação.

Outro ponto que a operação de hoje põe fim é o de que havia o temor de que não houvesse um "desfecho adequado" para Vorcaro e suas empresas antes do desligamento do diretor Renato Gomes do Banco Central. Pela lei de autonomia do BC, ele deixa a instituição no fim do ano e sempre foi apontado como um dos mais duros em relação à situação do Master. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, também foi afastado do cargo.

Havia a preocupação de que se nada fosse feito até a troca prevista na diretoria do BC, o processo poderia ser conturbado porque há a avaliação de que muitos políticos são ligados não apenas ao BRB como ao Master. Apesar de a indicação de um diretor do BC ser uma atribuição do presidente da República, cabe à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, sabatinar os candidatos.

Estadão
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