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Aura Minerals investe na exploração de ouro no Tocantins, considerado nova fronteira para o mineral

Mineradora que tem ações em Bolsa no Canadá e no Brasil vai investir US$ 74 milhões no projeto, que faz parte do planejamento de R$ 1,5 bilhão até 2024, sendo R$ 1 bilhão no País

26 nov 2021 - 16h01
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RIO - Após captar R$ 400 milhões numa oferta de debêntures em julho, a Aura Minerals, mineradora com ações listadas no Canadá e no Brasil, inicia em dezembro as obras de seu novo projeto de mineração em Almas, no Tocantins. A empresa vai investir US$ 74 milhões no projeto para explorar uma reserva de 650 mil onças de ouro ao longo de 16 anos.

O projeto Almas conta com três depósitos (Paiol, Cata Funda e Vira Saia) e é um dos primeiros a explorar o potencial de ouro do Estado do Tocantins, que tem uma formação geológica considerada promissora para o metal, chamada de greenstone belt. Os depósitos foram assumido pela empresa em 2018, como a fusão da companhia com o Rio Novo Gold.

Rodrigo Barbosa, presidente da Aura Minerals, explica que o projeto faz parte dos planos de investimento de R$ 1,5 bilhão da companhia no período de 2021-2024, dos quais R$ 1 bilhão no Brasil. A expectativa da companhia é dobrar a capacidade de produção de ouro para 400 mil onças até 2024, ampliando minas existentes e novos projetos.

Complexo Ernesto, da Aura Minerals, no município de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso; Estado é responsável pela maior parte da produção da mineradora.
Complexo Ernesto, da Aura Minerals, no município de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso; Estado é responsável pela maior parte da produção da mineradora.
Foto: Aura/Divulgação / Estadão

"Almas deve entrar em operação dentro de 12 a 14 meses e, então, levará mais quatro meses para atingir sua capacidade plena de produção. É um projeto que não precisa de investimento muito alto e que se paga rapidamente, com uma taxa de retorno de 50%. Se incluir a alavancagem, dá mais de 100% de taxa interna de retorno", diz Barbosa, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

De janeiro a setembro deste ano, a Aura registrou lucro líquido de R$ 114,3 milhões, acima dos R$ 74,9 milhões do mesmo período de 2020. Os números são resultado da reestruturação da empresa, iniciada em 2017 por Barbosa. Engenheiro mecânico por formação, ele assumiu a companhia por sua experiência na reestruturação de empresas.

"Trabalhamos em alguns pilares como ativos, qualidade, balanço e gente. Em 2020, já tínhamos um histórico de resultados para mostrar ao mercado. A empresa era listada na Bolsa de Toronto, com pouco volume de negócios e, então, decidimos fazer um re-IPO na Bolsa brasileira, com BDRs (recibos de ações)", diz.

A Aura produziu no ano passado 204 mil onças de ouro nas suas minas localizadas no Brasil, Honduras, México e Estados Unidos. O Estado de Mato Grosso é responsável pela maior parte da produção, em minas a céu aberto e subterrâneas, como Ernesto e Pau-a-Pique. A empresa espera finalizar 2021 em linha com sua meta de produção, de 264 mil a 272 mil onças.

Em Mato Grosso, a companhia desenvolve outro projeto, chamado Matupá. Trata-se de um depósito de ouro em fase de teste metalúrgico para conhecimento da capacidade de recuperação de ouro. Com a comprovação da reserva, a empresa pretende solicitar o licenciamento ambiental, o que pode levar um ano para ser concluído.

Diferentemente de outros segmentos de mineração, como minério de ferro, a produção de ouro exige poucos investimentos em infraestrutura, conta Barbosa. "Quando falamos de minério, é preciso integrar ferrovias e portos para escoar milhões de toneladas. No ouro, pela quantidade e valor, podemos enviar a produção de helicóptero, de avião ou num carro-forte", explica.

Aura é controlada pelo fundo de investimento brasileiro Northwestern, do empresário Paulo Carlos de Brito, especializado em mineração. Segundo Barbosa, a empresa está aberta para operações de fusões e aquisições e conta com a experiência do controlador no processo. "Temos acionistas que entendem muito do setor para isso", afirma.

Estadão
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