A decisão dos bancos estrangeiros de desistir de participar do leilão de privatização do Banespa deve-se, em grande parte, às dúvidas que existem sobre custos ocultos dos fundos de pensão dos ex-funcionários. A avaliação é de Antonio Klapka, analista do setor de bancos do ABN Amro Securities, em São Paulo. "Os padrões de contabilidade dos Estados Unidos e da Europa impõem um tratamento mais conservador do que o Brasil a fundos de pensão patrocinados por uma empresa como o Banespa", explicou Klapka. Para ele, há uma percepção de que o buraco atuarial potencial em fundos como o Banesprev, estimado em até R$ 2 bilhões, pode gerar problemas que tornariam o banco um investimento menos atraente para um banco americano ou europeu. "Há, além disso, uma provisão para cobrir a aposentadoria dos funcionários contratados antes de maio de 1975, a data a partir da qual todos os novos funcionários passaram a contribuir para o fundo de pensão", ele diz.
Para Klapka, a eventual reação do sindicato de bancários à "inevitável" redução de pessoal no Banespa também pode ter assustado os estrangeiros.
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