Está quase tudo pronto para o leilão de privatização do Banespa, marcado para a segunda-feira, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Um forte esquema de segurança será montado na parte externa da bolsa, com cerca de 1200 policiais envolvidos. A Praça XV, a Travessa do Comércio e a Rua do Mercado, onde fica a bolsa serão fechadas e somente pessoas com convite terão acesso ao leilão. Tanta preocupação em garantir a segurança da bolsa e arredores, para permitir o acesso de investidores e impedir que os manifestantes se aproximem do local corre o risco, porém, de ser desnecessária. As diretorias do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo e da Associação dos Funcionários do Banespa (Afubesp) informaram, ontem, que não irão mandar caravanas com manifestantes para o Rio.
As entidades resolveram organizar uma manifestação na data do leilão, paralisando as atividades das 9 horas às 12 horas, em todas as 578 agências do Banespa no País. Segundo o presidente da Afubesp, Eduardo Rondino, os próprios funcionários do banco no Rio estarão no local para protestar contra a venda, reforçados com a presença de parlamentares contrários à venda, que ele preferiu não identificar.
Rondino assegurou que, mesmo não ocorrendo a venda, haverá o protesto, que em São Paulo será em frente à sede do Banespa, no centro da cidade. "Vamos fazer a paralisação mesmo que o presidente FHC acorde amanhã (hoje) e suspenda o leilão ", disse.
Independente desta disputa judicial, o efetivo da segurança interna da bolsa do Rio também foi reforçado, segundo a instituição, para atuar no dia do leilão e um posto médico funcionará nas proximidades da bolsa, para qualquer eventualidade.
O leilão será por envelope fechado. Caso o valor do maior proposta, multiplicada por 0,8, seja igual ou inferior aos valores das outras propostas, o leilão irá para o sistema viva-voz. Não haverá limite mínimo entre os lances no viva-voz.
Haverá ainda, durante o leilão, uma divisão de espaço no pregão. À frente da mesa do leiloeiro, ficarão os corretores dos bancos candidatos. Será permitida apenas a presença de um corretor para cada banco candidato. Atrás dos corretores, ficarão 10 representantes de cada banco interessado. Na parte central do pregão, ficarão os outros representantes dos bancos. Cada banco que se candidatou para comprar o Banespa também terá uma sala reservada no prédio da bolsa do Rio durante todo o leilão.
Na parte lateral, à esquerda da mesa do pregão, está reservado um espaço para autoridades do Banco Central (BC). É esperada a presença do presidente do BC, Armínio Fraga. Na parte lateral direita do pregão, ficarão os 320 jornalistas credenciados pela bolsa, entre repórteres e fotógrafos nacionais e estrangeiros.
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