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Os pecados de Luciano Huck: ser rico, global e tucano

8 ago 2016 - 10h35
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Foto: João Miguel Júnior/TV Globo
Foto: João Miguel Júnior/TV Globo
Foto: Sala de TV

A vaia no Maracanãzinho, durante partida de vôlei masculino na Olimpíada, deve ter sido o maior constrangimento vivido por Luciano Huck em 21 anos de carreira na TV.

O apresentador levou os dois filhos maiores, Joaquim, de 11 anos, e Benício, 8, para acompanhar a partida entre Brasil e México. No intervalo, quanto teve a imagem exibida nos telões do ginásio ao ser entrevistado, foi hostilizado por parte dos torcedores.

Huck minimizou a reação negativa. Argumentou que a vaia seria consequência da crise econômica e do radicalismo político no país. Ele, como apoiador declarado do senador e ex-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), tornou-se figura malvista por defensores da presidente afastada Dilma Rousseff, petistas, lulistas e da esquerda em geral.

Outra motivação do protesto contra o apresentador é por ser um dos principais artistas da Globo. O rótulo 'golpista' foi colado na imagem da emissora por aqueles contrários ao movimento político que conduziu o vice Michel Temer a assumir interinamente o comando do país. Os anti-Globo alegam que o jornalismo do canal contribuiu para a instalação do processo de impeachment.

Luciano Huck também costuma ser rechaçado em razão de alguns quadros de seu programa, o Caldeirão, considerados assistencialistas sob disfarce de boa ação social com o objetivo de gerar audiência.

Há ainda quem o veja - e por isso o rejeite - como um típico representante da chamada 'elite branca imperialista', pelo fato de ter nascido rico e circular com desenvoltura entre banqueiros, magnatas do PIB, playboys da alta sociedade e astros internacionais.

Talvez, e aqui será lançado mero palpite, Huck incomode também por representar a vida perfeita idealizada por milhões de brasileiros: possui fortuna, fama e aparente felicidade. Tamanha 'sorte' pode despertar irritação em quem não o considere merecedor de tanto.

Não é exagero afirmar que a vaia a Huck não se restringe à figura do apresentador. Exposto na mídia, ele é um alvo fácil que representa diferentes ressentimentos coletivos deste Brasil polarizado.

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