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Ex-jornalista da Globo critica Ana Maria Braga por fala sobre burnout

A apresentadora abordou o tema durante uma conversa com Gil do Vigor no 'Mais Você' desta quarta-feira, 18

18 jun 2025 - 22h39
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Jornalista Izabella Camargo rebate fala de Ana Maria Braga
Jornalista Izabella Camargo rebate fala de Ana Maria Braga
Foto: Reprodução/Instagram/Globo

A jornalista Izabella Camargo, idealizadora do movimento pela Produtividade Sustentável e que teve um burnout quando trabalhava na Globo, rebateu uma fala de Ana Maria Braga no Mais Você desta quarta-feira, 18. Durante o quadro de economia com Gil do Vigor, a apresentadora minimizou a doença, que surge devido ao estresse excessivo no ambiente de trabalho.

"Só tem Burnout quem trabalha muito? O cara então que fica lá na roça capinando das 5h da manhã às 18h está danado. Tem burnout e não tem para onde correr, tem que continuar capinando[...] Vou fazer uma defesa de tese de burnout, também não sei por que as pessoas têm burnout, não sou especialista nisso. Acho que é mais um estresse emocional, intelectual do que físico de ter que ir trabalhar todo dia, se não já estava 'burnoutada' faz tempo. Ou então é uma tendência de qualquer um, pode ser que tenha um gene qualquer, não tenho ideia", disse Ana no Mais Você.

Izabella rebateu essa fala da apresentadora em um vídeo publicado nas redes sociais. A jornalista e influenciadora digital dedica a carreira a conscientizar o público sobre esse tema e outros assuntos relacionados à saúde mental.

"Tive o diagnóstico da síndrome de burnout na própria Rede Globo, em 2018. Então, preciso explicar algumas coisas: a síndrome de burnout não é cansaço nem exaustão, é uma doença ocupacional reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 3 a cada 4 profissionais relatam sintomas compatíveis com a síndrome de burnout. Sabe o que é pior, a maior parte dessas pessoas demora para perceber que está doente porque normaliza o anormal", começou Izabella,

"O diagnóstico é clínico e, quase sempre, a gota d'água é o assédio em um ambiente tóxico. O resultado é um dano existencial profundo. O profissional fica disfuncional, ou seja, incapaz de seguir adiante, de trabalhar, às vezes por um tempo, às vezes para sempre. Não se engane, o burnout não chega de um dia para o outro e também não vai embora de um dia para outro, não se trata com férias, é preciso acompanhamento médico, psicológico e, muitas vezes, uma mudança radical no estilo de vida", completou a jornalista.

Na legenda da publicação, Camargo se dirigiu diretamente a Ana Maria e Gil do Vigor e reforçou a importância de tratar o tema com seriedade e responsabilidade. "As palavras ferem em dobro, especialmente aqueles que já estão sofrendo dores invisíveis. Nós, comunicadores, precisamos ter responsabilidade para não piorar um quadro de sofrimento que já é carregado de preconceito, justamente porque não está sangrando e há o descrédito dos sintomas", orientou.

Izabella ainda descreveu como se dá a maioria dos casos de burnout. "Normalmente ocorre em profissionais que são muito comprometidos e responsáveis a ponto de se deixarem sempre para depois. O problema não é trabalhar todo dia. O trabalho é transformador e pode ser um fator promotor de saúde, mas em um local com metas inalcançáveis, excesso de demandas e falta de recursos, sobrecarga, pressão além do normal e assédio, o profissional adoece e vai negligenciando o próprio autocuidado (tempo de sono, higiene pessoal, alimentação). Por longos períodos, esse estilo de vida insustentável vai construindo o caminho para a síndrome, que não chega de uma semana para a outra", detalhou.

"É muito triste, em pleno 2025, comunicadores fazerem piada de um tema de interesse mundial que causa prejuízos incalculáveis para as pessoas e para a economia", concluiu a jornalista.

Fonte: Redação Terra
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