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Mariangela Zan faz sucesso ao promover o sertanejo na TV

Apresentadora amplia protagonismo feminino na música raiz com programa na TV Aparecida

3 mai 2018 - 14h23
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Até pouco tempo, a música sertaneja era um universo sob o domínio dos homens, tanto nos palcos quanto nas atrações de televisão. A recente ascensão feminina, com fenômenos de popularidade do estilo ‘sofrência’, mudou essa realidade. Mas a TV ainda oferece espaço reduzido para o gênero mais cultuado no País.

Um dos destaques é o ‘Aparecida Sertaneja’, exibido toda terça-feira às 20h na TV Aparecida, rede católica que está entre as maiores emissoras do Brasil. O comando da atração é de Mariangela Zan. Ela, que possui bem-sucedida carreira musical no segmento, tem a música raiz nas veias.

Da música para a TV: a cantora se tornou apresentadora do ‘Aparecida Sertaneja’ em 2016
Da música para a TV: a cantora se tornou apresentadora do ‘Aparecida Sertaneja’ em 2016
Foto: @aparecidasertaneja/Facebook / Reprodução

Seu pai, o acordeonista e compositor Mário Zan (1920-2006), foi um dos maiores divulgadores da canção sertaneja – chamado de ‘verdadeiro Rei da Sanfona’ por ninguém menos que Luís Gonzaga – e teve programa musical na Rede Vida.

Mariangela Zan pode ser considerada a herdeira, na música e na TV, de Inezita Barroso (1925-2015), maior ícone feminino da música sertaneja em todos os tempos.

A jovem apresentadora conversou com o blog a respeito do programa, da carreira e do sucesso do sertanejo na mídia:

Como é ser a única mulher no comando de um programa de música sertaneja de uma rede de TV? 

É uma honra e uma grande responsabilidade. Tivemos grandes mulheres na música raiz, porém sempre foi um ambiente dominado por homens. Ser uma mulher à frente de um programa sertanejo, que valoriza essa cultura nacional, é incrível!

Você se sente herdeira da inesquecível Inezita Barroso, do ‘Viola Minha Viola’?

Quando Inezita estava viva, me ajudou muito profissionalmente. Costumo dizer que ela ‘amadrinhou’ minha carreira. Conheci Inezita quando eu era jovenzinha e cantava com o meu pai. Ao retomar minha carreira, em 2007, pedi ajuda a ela. Inezita me levava ao programa ‘Viola, Minha Viola’, na TV Cultura, todos os anos, abrindo as portas do mercado pra mim. Tenho um amor eterno por esta dama da música sertaneja. Quando ela faleceu, muitas pessoas falaram ‘ah, você tem que apresentar o ‘Viola, Minha Viola’’. Esses comentários me incomodavam muito, achava estranho pensar por esse lado, em substituir. No entanto, Deus foi tão bom pra mim que me presenteou com um programa sertanejo na TV Aparecida, nos moldes do que a Inezita fazia, não deixando o trabalho dos ícones da música raiz serem esquecidos, inclusive da própria Inezita, que tantas vezes já foi homenageada no ‘Apa recida Sertaneja’.  Gostei de sua colocação ‘herdeira’, nunca substituta, pois Inezita é insubstituível.

Mariangela Zan durante gravação com o cantor Padre Zezinho e ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida
Mariangela Zan durante gravação com o cantor Padre Zezinho e ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida
Foto: @aparecidasertaneja/Facebook / Reprodução

Além de seu pai, quais foram suas grandes influências? 

As reuniões musicais na minha casa, onde grandes artistas, que hoje viraram mitos, estavam sempre. Tião Carreiro, Lourival dos Santos, José Fortuna... Amigos do meu pai que iam lá em casa jantar e tocar. Criavam arranjos, composições, tudo na sala de casa. Meu pai ficava gravando esses encontros nas fitas cassetes, e em várias delas têm ele falando comigo ‘não mexe aí’. Eu, criança, ficava abelhando em volta. Além disso, ouvia muitos discos. Fui aprendendo o que seria minha paixão e minha profissão para o resto da vida, a música. Comecei como backing vocal nos shows e bailes de meu pai, aos 13 anos. Já aos 15 iniciei oficialmente no vocal da banda.

O que acha da nova geração de sertanejos que renovou o estilo?

Sempre digo que a música sertaneja raiz é o tronco forte. E, deste tronco, saem os ramos, os galhos, para formar essa grande árvore frondosa que é a música sertaneja. Então, as modernidades existem desde os anos 50, quando Palmeira e Bia implantaram o bolero na música sertaneja, com o clássico ‘Boneca Cobiçada’ (Bia e Bolinha), ambos se apresentando de terno e gravata. Imagina como na época foram criticados! Mas a música foi sucesso por mais de um ano nas rádios do País. Nos anos 70, Leo Canhoto e Robertinho trouxeram as guitarras, mais uma modernidade ao estilo sertanejo. Nos anos 80, Chitãozinho e Xororó modernizaram mais ainda, e assim por diante. A cada época a música se renova, mas mantém sempre a base, o tronco forte.

Qual a sua opinião a respeito dos realities musicais? Gosta da representação da música sertaneja que se vê nessas atrações?

Acho muito legal! Antigamente tínhamos os shows de calouros, de onde saíram tantos artistas de sucesso. Hoje, esses realities preenchem esse espaço para as pessoas mostrarem seus talentos. Importantíssimo esse tipo de programa na mídia. Na TV Aparecida temos o ‘Revelações’, que neste ano vai para a terceira edição. Tornou-se um grande sucesso. Os artistas sertanejos de todo Brasil podem mostrar seus trabalhos em rede nacional. Sem falar que a gente se apega aos candidatos, fica seguindo a cada semana. Adoro os realities musicais!

Como é trabalhar na TV Aparecida?

Há um ambiente de trabalho de muito respeito e profissionalismo, por isso já é uma das grandes emissoras do País. Venho de trabalhos em outros canais, porém a TV Aparecida me impressionou. Desde a minha primeira vez lá, em 2011, para uma apresentação no programa ‘Terra da Padroeira’, percebi que o respeito imperava nos corredores dessa emissora abençoada. Isso sem falar a tecnologia de ponta que o canal tem. O convite para apresentar o ‘Aparecida Sertaneja’ surgiu no final de 2015 e, desde então, minha vida mudou completamente. Hoje um grande número de pessoas conhece meu trabalho. Costumo dizer que somos parte da família TV Aparecida, pois sou bem cuidada por todos os departamentos da emissora. Sempre fui uma pessoa de muita fé. Mas depois que passei a frequentar o Santuário Nacional e ouvir os relatos de graças alcançadas pelas pessoas, e e u mesma receber graças por intermédio de Nossa Senhora Aparecida, minha fé aumentou imensamente. Virei devota. Porque ela é a mãe que nos acolhe. Muito me honra fazer parte de sua casa, pois todos nós que lá trabalhamos fomos escolhidos por Nossa Senhora.

Mariangela Zan com as irmãs Galvão e num show em Minas Gerais
Mariangela Zan com as irmãs Galvão e num show em Minas Gerais
Foto: @aparecidasertaneja/Facebook / Reprodução

Quais artistas gostaria de levar ao programa e cantar junto?

Já realizei grandes sonhos no ‘Aparecida Sertaneja’. Um deles foi cantar com os ícones Renato Teixeira e Almir Sater. Eles nos presentearam com uma entrevista incrível, exclusiva, e cantamos juntos. Foi marcante pela história deles na música raiz, pelo vínculo do Renato com Nossa Senhora Aparecida por meio da música ‘Romaria’, e pelo forte elo entre Almir e minha família, por causa da música ‘Chalana’, que é de autoria do meu pai. É gratificante homenagear e cantar junto, toda semana, com ícones como Nalva Aguiar, Lourenço e Lourival, As Galvão, Amaraí, entre tantos outros que construíram a história da música sertaneja. Sonhei entrevistar e cantar com o Padre Zezinho, o grande precursor da música católica, grande amigo e mestre que tive em minha vida, pois trabalhei com ele quando tinha 16 anos e muito aprendi. São muitos sonhos que o ‘Aparecida Sertaneja’ me permite realizar. Não posso deixar de exaltar o trabalho da minha produção. Eu digo quais são meus sonhos e eles correm atrás para realizá-los. São incríveis!

Como concilia sua carreira de cantora com a dedicação exigida pela TV?

Minha prioridade hoje é o ‘Aparecida Sertaneja’. Meus shows são agendados de acordo com a agenda do programa. Mas dá para conciliar direitinho. Tenho cantado cada vez mais por todo o Brasil, atingindo públicos que antes nunca poderia imaginar que iam conhecer o meu trabalho. Shows lotados pela galera que assiste ao programa. Isso me deixa muito feliz.

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