Quem é Taiany Zimpel: a miss que teve empresa punida por trabalho escravo em MT
De acordo com o MPT-MT, operação deflagrou condições degradantes impostas aos trabalhadores
Taiany Zimpel, ex-miss Mato Grosso, e uma fazenda em MT foram condenadas a pagar R$ 1,6 milhão após resgate de 20 trabalhadores em condições análogas à escravidão ligados à empresa da modelo, acusada de favorecer desmatamento e submeter funcionários a situações degradantes.
Taiany Zimpel, ex-miss Mato Grosso, terá que pagar, juntamente com os donos de uma fazenda, R$ 1,6 milhão após o resgate de 20 trabalhadores em condições análogas à escravidão que eram ligados à empresa da modelo.
Quem é Taiany?
Nascida em Sinop, cidade a 500km de Cuiabá, ela viveu até os cinco anos em uma fazenda e, na sequência, mudou-se para Sorriso, município situado na região norte do estado. Lá, morou até os 18 anos, e passou a ter contato com o universo da moda, representando o local nas competições.
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Venceu o concurso Miss Mato Grosso em 2016 e o Miss MT Internacional. Viveu dois anos em São Paulo trabalhando como modelo e viajou para a Europa, por um período de três meses, em que tentou seguir uma trajetória internacional. Em 2024, após a renúncia da primeira colocada, que alegou ter sido 'humilhada' pelos organizadores, Taiany, que havia ficado em segundo, assumiu o título do Miss Grand Mato Grosso.
Já a empresa punida por manter trabalho escravo foi aberta em 2022. Nas redes sociais, o negócio se apresenta como 'especializado em desmatamento e venda de lenha'. De acordo com o Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso (MPT-MT), na operação realizada em 15 de setembro, foram verificados alojamentos improvisados, sem higiene e em condições de risco, homens armados circulando pelo local, comida escassa e água imprópria. Os trabalhadores sofriam ainda com intimidações e restrição da liberdade.
Dessa maneira, a empresa de Taiany e a fazenda Eliane Raquel e Quinhão terão de pagar R$1,6 milhão em reparações. A empresa da antiga miss, por sua vez, defende-se, alegando que terceirizou a mão de obra não contratou diretamente os trabalhadores e colaborou com as autoridades durante a operação, fornecendo documentos e apoio no acolhimento dos resgatados.