Parlamentares do Reino Unido questionam uso da mansão de Windsor pelo príncipe Andrew
Um comitê parlamentar britânico questionou nesta quarta-feira se o príncipe Andrew ainda deveria estar morando em uma mansão no Windsor Estate, a oeste de Londres, em uma rara intervenção política diante dos laços da realeza com o criminoso sexual norte-americano Jeffrey Epstein.
Andrew, de 65 anos, irmão mais novo do rei Charles e segundo filho da falecida rainha Elizabeth, vem sofrendo crescente pressão por conta de seu comportamento e de seus vínculos com Epstein e, no início deste mês, foi forçado a abrir mão de usar seu título de duque de York.
Nas últimas semanas, jornais britânicos questionaram suas finanças após o Times informar que o príncipe não pagou o aluguel de sua mansão de 30 quartos, chamada Royal Lodge, por duas décadas, mas financiou pelo menos 7,5 milhões de libras (US$10 milhões) em reformas concluídas em 2005.
O The Times citou uma cópia do contrato de arrendamento que, segundo ele, estabelecia o aluguel anual como "um grão de pimenta (se exigido)", um valor simbólico.
O Comitê de Contas Públicas dos parlamentares levantou preocupações com o Crown Estate -- que administra a propriedade pública do monarca -- e com o Ministério das Finanças do governo em uma carta publicada nesta quarta-feira.
A intervenção marca uma mudança significativa, já que a convenção determina que os parlamentares não critiquem a família real no Parlamento, e a medida pode aumentar a pressão sobre Andrew para que ele se mude para uma propriedade menor.
O comitê parlamentar multipartidário, que examina as contas financeiras e a relação custo-benefício dos gastos públicos, disse esperar uma resposta "o mais rápido possível" e estabeleceu o prazo de 28 de novembro.
"É razoável (...) que, neste momento, o Comitê busque garantias de que a lógica do arrendamento justifica o aluguel mínimo cobrado", diz a carta do comitê.
"Há um interesse público considerável e compreensível no gasto de dinheiro público em relação ao príncipe Andrew."
Andrew, que continua sendo um príncipe e cuja posição na linha de sucessão não foi alterada, tem um contrato de aluguel para morar no Royal Lodge até 2078.